O outcome da utilização do dispositivo mecânico de compressão torácica LUCAS® durante a paragem cardiorrespiratória: uma revisão integrativa da literatura

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Marta da Cruz Simões
http://orcid.org/0000-0001-7356-6492
Lina Maria Quintão Vale
https://orcid.org/0000-0001-9997-5219
Romana Filipa Gonçalves Cunha
https://orcid.org/0000-0003-1959-9386
Isabel Araújo
https://orcid.org/0000-0001-5143-4237

Resumo

Introdução: A paragem cardiorrespiratória é um evento crítico que cessa a circulação espontânea. Para restabelecer um fluxo sanguíneo capaz de manter os órgãos vitais viáveis são realizadas compressões torácicas, de forma manual ou através de um dispositivo mecânico. Objetivos: Analisar a evidência científica sobre o efeito do uso do dispositivo de compressão torácica mecânica LUCAS® em situação de paragem cardiorrespiratória. Materiais e Métodos: Revisão integrativa da literatura, com recurso às bases de dados eletrónicas PubMed, Medline, Cinahl e Cochrane, inserindo a equação: reanimação cardiopulmonar (cardiopulmonary resuscitation) AND compressão torácica mecânica (mechanical chest compression) AND LUCAS®, restringindo a pesquisa entre 2016, ano de lançamento da última versão do LUCAS®, e 2021, ano do início deste estudo. Foram aplicados dois critérios de exclusão: investigação realizada com recurso a animais, manequins ou simulações e estudos de revisão integrativa da literatura ou meta-análise. A colheita de dados compreendeu-se entre 7 de setembro de 2021 e 12 de novembro do mesmo ano. De 246 artigos obtidos e após aplicação dos critérios de exclusão foram selecionados 5 artigos. Resultados: Existe maior incidência de lesões músculo-esqueléticas e dos tecidos moles nas vítimas submetidas a compressões torácicas mecânicas. Ocorreu o retorno da circulação espontânea em maior número de vítimas reanimadas com o LUCAS® do que nas vítimas reanimadas com compressões torácicas manuais. A taxa de sucesso na reanimação cardiopulmonar foi menor nos casos reanimados com o LUCAS® e maior nas vítimas reanimadas com compressões torácicas manuais. A aplicação do LUCAS® implica custos mais elevados em termos de serviços de saúde e apoio social. As vítimas reanimadas com o LUCAS® apresentam pior prognóstico neurológico e mais complicações na fase pós-reanimação do que as vítimas reanimadas com compressões torácicas manuais. O tempo de internamento hospitalar, a necessidade de cuidados intensivos, a qualidade em saúde e o bem-estar emocional não apresentaram diferenças significativas quando comparados os grupos reanimados com compressões manuais ou com o LUCAS®. Conclusões: O recurso ao dispositivo de compressão torácica mecânica LUCAS®, durante uma paragem cardiorrespiratória, não evidencia mais vantagens para a vítima em comparação às CT manuais. Como limitações, verifica-se que as amostras são díspares no que diz respeito aos dois grupos de vítimas, existe falta de informação sobre o perfil dos participantes e é desconhecida a experiência e treino que as equipas têm relativamente ao dispositivo LUCAS®.

Palavras-chave: Paragem cardiorrespiratória, Reanimação cardiopulmonar, Suporte avançado de vida cardiovascular, Cuidados de suporte de vida

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