Doentes paliativos nos hospitais públicos portugueses

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Manuel Luís Capelas
http://orcid.org/0000-0002-8993-6854
Paula Sapeta
http://orcid.org/0000-0001-6667-2326
Ana Mamede
http://orcid.org/0000-0002-4587-2553
Marta Jorge
http://orcid.org/0000-0003-3948-5343
Marta Oliveira
http://orcid.org/0000-0001-5833-9187
Cátia Pereira
https://orcid.org/0000-0002-7306-9223
Nuno Simões
http://orcid.org/0000-0003-2716-2950
Vilma Passos
http://orcid.org/0000-0003-4568-4701
Ana Paula Macedo
http://orcid.org/0000-0002-1064-3523
Clara Maria Mendes
http://orcid.org/0000-0001-9856-2295
Ermelinda Macedo
http://orcid.org/0000-0003-4053-2864
João Carlos Macedo
http://orcid.org/0000-0002-3396-7977
Maria Filomena Gomes
http://orcid.org/0000-0002-0390-8909
Maria Goreti Mendes
http://orcid.org/0000-0003-4035-3743
Paula Cristina Encarnação
http://orcid.org/0000-0002-7458-8105
Sandra Batista
http://orcid.org/0000-0003-0278-7532
Simão Pedro Vilaça
http://orcid.org/0000-0002-1045-9048
Sílvia Patrícia Coelho
http://orcid.org/0000-0001-8445-5237

Resumo

Introdução: A identificação e referenciação precoce dos doentes com necessidades paliativas é fundamental para que em tempo útil possam usufruir da efetividade da intervenção precoce de cuidados paliativos. Referenciar para cuidados Paliativos é um importante, crescente e complexo desafio e processo para a prática dos profissionais de saúde, nomeadamente para os médicos. A falta de informação e formação podem impedir a proatividade no processo de referenciação precoce. Atualmente, existem já alguns instrumentos multidimensionais que ajudam a identificar a população com necessidades paliativas. A pergunta surpresa, validada para Portugal, “Ficaria surpreendido se este doente morresse durante o próximo ano?” é uma ferramenta importante, útil e fiável para esta identificação. Objetivo: determinar a prevalência de doentes adultos com necessidades paliativas internados em hospitais públicos. Como objetivos secundários, determinar o número de doentes referenciados para cuidados paliativos e identificar os motivos de não referenciação destes doentes. Materiais e Métodos: Estudo analítico, observacional e transversal, realizado no primeiro trimestre de 2015 em 11 hospitais do SNS. O instrumento de colheita de dados consistiu num questionário com caracterização demográfica e clinica, a pergunta surpresa relativa a 1 ano, 6 e 1 mês e, 15 dias, e 19 possíveis motivos para não referenciação dos doentes. Os dados recolhidos forma analisados com recurso à estatística descritiva e analítica, considerando-se significância estatística se p<0.05. Resultados: De um total de 1273 doentes, 51.4% eram doentes com necessidades paliativas, a maioria proveniente dos serviços de oncologia (79.3%) e medicina (62.3%), e maioritariamente com doença oncológica (67.2%). Apenas estavam referenciados 6.8 a 9.9% dos doentes, maioritariamente oncológicos (15.1%) ou com 15 ou menos dias de vida (9.8%). Os cinco principais motivos para não referenciação foram: ainda estar a fazer tratamento ativo (61.5%), “ainda se poder fazer alguma coisa do ponto de vista curativo” (40.9%), o doente estar controlado a nível sintomático (33.2%), ainda não estar a morrer (27.6%) e os cuidados paliativos não serem uma mais-valia para o doente (15.4%). Conclusão: Elevada prevalência de doentes e baixa taxa de referenciação. É necessária e imperiosa a formação e capacitação dos profissionais de saúde para uma adequada identificação e referenciação e tempo útil dos doentes com necessidades paliativas. 

Palavras-chave: Cuidados Paliativos, Referenciação, Doença Terminal

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