Conspiração do silêncio: análise bioética a partir de um caso clínico

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Sara Faustino
http://orcid.org/0000-0002-1938-0678
Ana Rita Aguadeiro
https://orcid.org/0000-0002-5480-486X

Resumo

Introdução: Uma boa comunicação, em cuidados paliativos é um instrumento poderoso que visa aliviar o sofrimento, sem equívocos, sem assustar, devendo transmitir serenidade e confiança. A conspiração do silêncio é um grande obstáculo ao processo de cuidar em fim de vida. Para a família manter o silêncio acerca do estado das coisas tem o objetivo de proteger e não agravar a situação psicológica da pessoa doente. Neste enredo, o profissional de saúde confronta-se com fortes constrangimentos que colocam em causa princípios éticos, normas legais e deontológicas pelos quais se regem. A Bioética pretende ajudar a refletir sobre os conflitos e problemas com os quais nos vamos deparando profissionalmente. Objetivo: Desenvolver uma reflexão com base os princípios da bioética sobre uma situação de conspiração do silêncio. Materiais e métodos: Reflexão ética com ponto de partida num caso clínico representativo, assente em pesquisa bibliográfica. Discussão: A reflexão ética exige ser guiada pelo respeito à pessoa humana, que é um ser único, multidimensional e dotado de dignidade. A dignidade assume-se como princípio ético, moral e legal. A conspiração do silêncio analisada à luz dos princípios da bioética conduz-nos numa reflexão sobre uma situação frequente na nossa prática clínica. Esta situação priva o doente de exercer a sua autonomia e de receber uma abordagem holística justa de cuidados. Conclusão: A privação de informação à pessoa, coloca em causa o princípio ético da dignidade humana, privando-a de usar livremente a sua autonomia e de decidir sobre o que será o melhor para si. Todos os princípios éticos são indissociáveis e devem ser abordados num todo. O direito à informação esclarecida é fulcral para uma escolha consciente por parte do utente.

Palavras-chave: Comunicação, Bioética, Ética deontológica

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