Cadernos de Saúde

Editorial

Filipa Ribeiro — 2023-12-15

Acompanhamento de um médico de medicina interna nos EUA enquanto estudante portuguesa de medicina

Sofia Bernardes — 2023-12-15

No âmbito do meu estágio eletivo de 4 semanas como estudante de medicina do segundo ano da Católica Medical School em Lisboa, Portugal, tive a oportunidade de participar e prestar apoio em atividades clínicas numa clínica de medicina interna em Newark, New Jersey. Mergulhei no mundo dos cuidados de saúde nos Estados Unidos e tive a minha primeira experiência clínica enquanto estudante de medicina, sentindo pela primeira vez a alegria de poder ajudar doentes. Neste artigo, irei descrever brevemente o meu percurso de aprendizagem e irei refletir acerca das diferenças que encontrei e dos aspetos mais intrigantes do sistema de saúde americano.

Relatório de estágio no Hospital São Francisco do Porto

Joana Palos Seixas Martins — 2023-12-15

Neste artigo que intrega o número especial de homenagem ao Sr. Professor Doutor Alexandre Castro Caldas apresento a minha experiência e posterior reflexão numa das disciplinas opcionais do segundo ano da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa na qual tive a oportunidade de ter um estágio de cariz observacional no Hospital São Francisco do Porto.

Tarefas de treino de funções executivas em grupos focais de adolescentes entre 15 e 19 anos.

Jorge Miguel Amorim — 2023-12-15

Introdução: Os treinos de funções executivas em adolescentes têm evidência promissora de influenciar positivamente o sucesso escolar. Perante uma lacuna na literatura existente sobre as intervenções nesta população e a importância das funções executivas na vida escolar optámos por realizar o presente estudo. Objetivos: O nosso objetivo é conhecer e recolher impressões dos adolescentes sobre o tema, a duração das sessões, o tipo de atividade (digital versus não digital) e os diferentes paradigmas das tarefas.Materiais e métodos: O estudo foi conduzido através de três sessões com mostra de tarefas de estímulo de funções execu-tivas e recorrendo à metodologia de grupo focal. A mostra incluiu uma sessão de comunicação de ciência, uma sequência de atividades digitais e não-digitais e discussão final. Os dados foram recolhidos através de observações diretas dos grupos focais e questionários de feedback, que foram analisados para extrair insights sobre a experiência dos participantes sobre as tarefas apresentadas. Participaram 18 alunos do secundário (11 rapazes e 7 raparigas), com idades entre os 15 e os 19 anos (média de idades igual a 16,00 e desvio-padrão 1,08), a frequentar o 10.º e o 11.º anos de escolaridade numa escola secundária da região do Alto Alentejo (Portugal). Resultados: Os resultados indicaram uma resposta positiva geral às sessões, com os participantes a demonstrar interesse nas funções executivas. Observou-se que a duração das sessões foi percecionada como adequada e que a estrutura das sessões funcionou eficazmente, houve uma relação adequada com as tarefas digitais e não-digitais. Recolheu-se a sugestão de as tarefas serem feitas em isolamento para menor ruído. Conclusões: Este estudo permitiu testar a estrutura de sessão, aplicação de tarefas e recolha das perceções dos participantes, sendo um contributo importante para o projeto onde se insere. Os resultados sugerem a importânica do contexto que envolve as atividades, a importância de incorporar comunicação de ciência e de estabelecer uma ponte mais direta com o uso de funções executivas no contexto escolar. Foi registada a necessidade de um design cuidado na estrutura das sessões, visando promover uma experiência mais equilibrada e benéfica para os participantes.

Demência e cuidados paliativos, uma análise reflexiva

Dina Neidi Simões Branco — 2023-12-15

Introdução: O termo Demência traduz um conjunto de sintomas de um grupo alargado de doenças que causam declínio cognitivo e interferem na função ocupacional, doméstica e social da pessoa. É uma doença irreversível cuja taxa de prevalência tem vindo cada vez mais a aumentar e causa grande impacto social e económico para as famílias/cuidadores e comunidade. Sendo a demência uma doença progressiva e incurável, os cuidados paliativos são uma resposta possível com o intuito de promover bem-estar, qualidade de vida ao doente/família, priorizando cuidados e respeitando a dignidade humana. Objetivo: Refletir sobre os fatores que condicionam a acessibilidade dos doentes com demência aos cuidados paliativos. Materiais e métodos: Estudo qualitativo elaborado no âmbito de um projeto de investigação, com recurso a análise temática. Resultados: Foram entrevistadas duas classes médicas, neurologistas e paliativistas com o intuito de identificar os fatores que condicionam a acessibilidade do doente com demência aos cuidados paliativos. Na perspetiva de ambos, nada existe que promova a acessibilidade, apenas foram encontrados fatores que a condicionam/limitam. De entre os quais foram identificados, a sociedade, políticas/sistema de saúde, profissionais de saúde e doente/família. Conclusão: Os cuidados paliativos traduzem uma resposta adequada ao doente com demência, priorizando a qualidade de vida e identificando as necessidades deste tipo de doentes/famílias. Contudo o défice na formação quer dos profissionais de saúde quer da população em geral relativamente ao tema em questão, influencia negativamente a ligação entre demência e cuidados paliativos. É importante priorizar a formação/sensibilização destes e investir numa abordagem multidisciplinar, melhorando os recursos e as políticas de saúde para o doente/família com demência.