Sobre a economia da cultura

Main Article Content

Emílio Rui Vilar

Resumo

A expressão «economia da cultura» revela uma noção funcional da cultura associada a determinadas actividades económicas relacionadas com a criatividade e os seus respectivos produtos. As indústrias culturais podem definir-se como as actividades que permitem produzir, distribuir e colocar no mercado bens e serviços culturais. Nos últimos anos, assistiu-se à democratização e à industrialização da cultura, questionando-se, no entanto, se isto significa uma melhoria da qualidade de vida ou, pelo contrário, a diminuição do nível qualitativo das manifestações culturais. A questão do papel da cultura e das políticas culturais levanta a questão da sustentabilidade dos mercados de bens culturais. De acordo com a teoria clássica de Baumol e Bowen, o crescimento da produtividade permanece limitado, ou quase impossível, na produção de espectáculos (v.g. ópera, teatro). Assim se coloca a questão do papel do Estado, que, para além da responsabilidade que lhe cabe na defesa do património, surge como indispensável na sustentação de determinado tipo de espectáculos ou de indústrias (v.g. cinema) sem dimensão competitiva.

Palavras-chave: Criatividade, Indústrias, Cultura, Economia da cultura, Culturais

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Attali, J. (1998), Dictionnaire du XXIe Siècle. Paris: Éd. Fayard.

Baumol, W. e Bowen, W. (1966), Performing Arts: The Economic Dilemma. Cambridge: MIT Press.

Benhamou, F. (2004), L’Économie de la Culture. Paris: La Découverte (5.ª edição).

Blaug, M. (Ed.) (1976), The Economics of the Arts. Londres: Martin Robertson.

Comissão Europeia (Direcção-Geral para a Educação e a Cultura), 2006, The Economy of Culture,Outubro de 2006, http://ec.europa.eu/culture/eac/sources_info/studies/economy_en.html.

Coopers & Lybrand (1994), The Employment and Economic Significance of the Cultural Industries in Ireland. Dublin: Arts Council of Ireland.

Dubini, P. (1999), Economia delle Aziende Culturali. Milão: Etas.

Elliot, T. S. (1962), Notes Towards the Definition of Culture. Londres: Faber and Faber.

European Task Force on Culture and Development (1997), From the Margins: A Contribution to the Debate on Culture and Development in Europe. Estrasburgo: Council of Europe.

Galbraith, J. K. (1960), The Liberal Hour. Boston: Houghton Mifflin.

Gomes, R. T. (coord.) (2004), Públicos da Cultura. Lisboa: Observatório das Actividades Culturais.

Hesmondhalgh, D. (2002), Cultural Industries. Londres: Sage Publications.

Observatório das Actividades Culturais, n.º 14, Lisboa: Observatório das Actividades Culturais, pp. 75-93.

Peacock, A. (1998), Does the Past Have a Future? Political Economy of Heritage. Londres: Institute of Economic Affairs.

Perdigão, J. A. (2006), Calouste Gulbenkian Coleccionador. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian (3.ª edição revista).

Santos, M. L. Lima dos, (coord.) (1998), As Políticas Culturais em Portugal. Lisboa: Observatório das Actividades Culturais.

Santos, M. L. Lima dos, (2005), «Políticas Culturais e suas Incidências», Observatório das Actividades Culturais, n.º 14, Lisboa: Observatório das Actividades Culturais, pp. 3-10.

Sarmento, L. Morais e Gaspar, V. (1988), O Impacto das Actividades Culturais sobre a Economia Portuguesa. Lisboa: Gabinete de Análise Económica (GANEC), Universidade Nova de Lisboa.

Silva A. Santos (2005), «Como Financia o Estado as Actividades Culturais». Boletim OBS 14.

Snow, C. P. (1964), The Two Cultures and a Second Look. Cambridge: Harvard University Press.

Throsby, D. (2001), Economics of Culture. Cambridge: Cambridge University Press.

Throsby, D. e Withers, G. A. (1979), The Economics of Performing Arts. Londres: Edward Arnold Publ. Ltd.

Vilar, E. R. (1997), «Gestão de Organizações Culturais», Leituras: Revista da Biblioteca Nacional. Lisboa: Biblioteca Nacional, n.º 1, pp. 11-16.