As imagens que nos aprisionam e a escapada a partir do corpo: sobre Dietmar Kamper

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Ciro Marcondes Filho

Resumo

Na área de comunicação, Dietmar Kamper é um outsider. Para ele, nossa nova Caverna é o universo das imagens, prisão da qual aparentemente não há saída. Buscamos as imagens porque temos uma «ferida inicial»: queremos retornar ao útero materno e não podemos. Ao mesmo tempo, tampouco queremos avançar no mundo. As imagens nos livram das dores do mundo, tornam suportável o insuportável e também nos alimentam. Lacan usou-se do espelho como símbolo da fragmentação, mas, para Kamper, a televisão vai muito além dele: ela substitui o fluxo de tempo pelo fluxo de pontos. A saída da caverna das imagens não ocorre pelas máquinas (o simbólico), por Deus (o imaginário), mas sim pelo corpo (o real). É a única coisa que é inacessível aos media. Mas não qualquer corpo, apenas o corpo como «teatro sem diretor», o corpo pré-lingüístico, o corpo que sente o mundo. Virar as declarações mediáticas contra elas mesmas, optar pelo silêncio que grita, trocar a luminosidade pelo lusco-fusco e, acima de tudo, escrever para denunciar o que está aí.

Palavras-chave: Corpo como oposição, Escrita, Fase do espelho, Imagens, Lacan, Mass media como mundo fechado, Olhar, Sentidos, Televisão

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