Filmes onde a morte paira: duas faces: Solaris e O quarto do filho

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Carlos Capucho

Resumo

Ao encontro da relevância que a matriz judaico-cristã sempre concedeu ao fenómeno decisivo da morte, o cinema, desde os seus primórdios, sempre construiu narrativas onde aquela realidade está presente. Umas vezes como interrogação/perplexidade, outras exibindo a violência indutora de morte como espectáculo. Um veículo mais específico de morte no cinema é-nos trazido pelo género guerra. Neste quadro, inúmeros realizadores propuseram filmes que revelam a insensatez da guerra como veículo de destruição e de morte. Com Solaris, de Tarkovski, e O Quarto do Filho, de Moretti, pretende-se propor e analisar duas obras cinematográficas que, de forma muito diversa, colocam uma reflexão filosófica, no primeiro caso, e existencial, no segundo, sobre a presença da morte no mundo dos vivos.

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