As desigualdades do amor
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Resumo
Este artigo pretende indagar das inclusões e exclusões patentes nos discursos sobre relacionamentos veiculados pelas revistas femininas portuguesas Cosmo, Activa e Máxima. Estes discursos, habitualmente centrando-se nos temas de amor e sexo, dirigem-se à «mulher» como se de uma «identidade» definida e concreta se tratasse. Partindo de uma análise de conteúdo comparativa, e recorrendo ao complemento da Análise Crítica do Discurso, procurar-se-á esclarecer quais os temas explicitados, por um lado, e quais os silenciados, por outro lado, no tocante ao processo de naturalização de determinados comportamentos e ideologias relativos aos relacionamentos. Procuraremos aqui também entender qual a influência do Feminismo Liberal e do Pós-Feminismo em publicações que pretendem dar voz às mulheres, inquirindo até que ponto a perspectiva heterocêntrica e patriarcal está ainda infundida nestes discursos. Por fim, os resultados serão contextualizados ao nível das transformações macro-sociais analisadas por Anthony Giddens, Ulrich Beck, Michel Foucault, Judith Butler, entre outros. Este artigo enquadra-se no âmbito do projecto de investigação «A Representação Discursiva da Mulher em Revistas Femininas e Masculinas Portuguesas» (PTDC/CCI/71865/2006).
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Referências
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