A emergência da rádio e a vulgarização do entretenimento no lar
Main Article Content
Resumo
O artigo analisa as alterações introduzidas na vida quotidiana pela emergência da rádio: o primeiro meio de comunicação a entrar no interior dos lares. Coincidindo com uma necessidade de comodização do lazer, nos anos 20 e 30 do século passado, a radiodifusão foi responsável por mudanças nas formas de organização familiar e social, levando o entretenimento – até então confinado a espaços públicos – até ao seio da vida familiar. Além de conferir dimensão nacional a acontecimentos locais, na primeira metade do século xx, as estações de rádio deram igualmente um importante contributo para a promoção da identidade nacional em diversos países. Tal ficou a dever-se, sobretudo, à capacidade de agregar um número elevado de ouvintes, o que foi possível com a implementação de estratégias de programação baseadas na transmissão de conteúdos de índole popular, contribuindo decisivamente para a afirmação da cultura de massas.
Downloads
Referências
Adorno, Theodor; Horkheimer, Max (1993), «The Culture Industry. Enlightenment as Mass Deception», in Simon During (coord.), The Cultural Studies Reader, Londres e Nova Iorque: Routledge, pp. 32-41.
Candeias, António; Simões, Eduarda (1999), «Alfabetização e Escola em Portugal no Século XX: Censos Nacionais e Estudos de Caso», in Análise Psicológica, 17 (1), pp. 163-194.
Curran, James (2002), Media and Power, Londres e Nova Iorque: Routledge.
Curran, James; Seaton, Jean (1985), Power Without Responsibility. The Press and Broadcasting in Britain, Londres: Methuen.
Doob, Leonard W. (1985), «Goebbels y sus Principios Propagandísticos», in Miquel de Moragas Spà (coord.), Sociología de la Comunicación de Masas, vol. iii, Barcelona: G. Gili, pp. 122-153.
Douglas, Susan J. (2004), Listening In: Radio and the American Imagination, Mineápolis e Londres: University of Minnesota Press.
Eco, Umberto (1991), Apocalípticos e Integrados, Lisboa: Difel.
Eliot, T. S. (1996), Notas para Uma Definição de Cultura, Lisboa: Século XXI.
Ferin, Isabel (2002), Comunicação e Culturas do Quotidiano, Lisboa: Quimera.
Hall, Stuart (1992), «Cultural Studies and its Theoretical Legacies», in Lawrence Grossberg et al. (coords.), Cultural Studies, Nova Iorque: Routledge, pp. 277-294.
Hallin, Daniel; Mancini, Paolo (2004), Comparing Media Systems: Three Models of Media and Politics, Cambridge: Cambridge University Press.
Hardy, Jonathan (2008), Western Media Systems, Londres e Nova Iorque: Routledge.
Haupert, Michael John (2006), The Entertainment Industry, Westport e Londres: Greenwood Press.
Jenneney, Jean-Noël (1996), Uma História da Comunicação Social, Lisboa: Terramar.
Melo, Daniel (2001), Salazarismo e Cultura Popular (1933-1958), Lisboa: Instituto de Ciências Sociais.
Neale, Stephen; Krutnik, Frank (1990), Popular Film and Television Comedy, Londres e Nova Iorque: Routledge.
Naremore, James; Brantlinger, Patrick (1991), «Six Artistic Cultures», in James Naremore e Patrick Brantlinger (coords.), Modernity and Mass Culture, Bloomington: Indiana University Press.
Quintero, Alejandro Pizarroso (1993), História da Propaganda, Lisboa: Planeta Editora.
Ribeiro, Nelson (2005), A Emissora Nacional nos Primeiros Anos do Estado Novo: 1933--1945, Lisboa: Quimera.
Santos, Rogério (2005), As Vozes da Rádio: 1924-1939, Lisboa: Caminho.
Santos, Rogério (2010), «Sobre a Percepção dos Media e das Novas Tecnologias», Oração de Sapiência proferida na UCP, texto policopiado.
Tarde, Gabriel (1998), A Opinião e as Massas, São Paulo: Martins Fontes.
Tchakhotine, Serge (1985), «El secreto del éxito de Hitler: La violencia psíquica», in Miquel de Moragas Spà (coord.), Sociología de la Comunicación de Masas, vol. iii, Barcelona: G. Gili, pp. 154-191.
Winston, Brian (1998), Media, Technology and Society: A History From the Printing Press to the Superhighway, Londres e Nova Iorque: Routledge