Tanto pânico para nada? Representações e realidades da solicitação online de menores
Main Article Content
Resumo
Este artigo visa compreender de onde provêm as ideias da sociedade sobre os riscos existentes online para as crianças e jovens. Articulando perspetivas das áreas da criminologia, da sociologia e dos estudos dos media, argumentaremos que, do ponto de vista cultural, a sociedade não possui uma visão clara sobre a infância e atém-se a ideias extremamente ambíguas sobre a mesma e sobre a sexualidade. Adicionalmente, apesar da tendência dos media para apresentarem a atração dos adultos por menores como um fenómeno exclusivamente «moderno», sempre estiveram subjacentes às normas sociais e legais ideias contraditórias sobre o tema, que foram particularmente salientes na sociedade vitoriana. Atualmente, numa altura em que os indivíduos têm preterido os espaços públicos em favor da «segurança» dos ambientes domésticos e privados, tem-se assistido à emergência de um dos fenómenos mais preocupantes da nossa época: o abuso sexual online de menores.
Downloads
Referências
Andrews, C.; Wilson, D. (2004), «Internet Traders of Child Pornography and Other Censorship Offenders in New Zealand: Updated statistics», novembro de 2004, Nova Zelândia: Department of Internal Affairs.
Ashenden, S. (2002), «Policing Perversion: The contemporary governance of paedophilia », Cultural Values, 6, 197-222. https://doi.org/10.1080/1362517022019829
BBC News (2009), «Man Jailed Over Schoolgirl Kidnap», Recuperado em 11 de junho de 2009, em http://news.bbc.co.uk/1/hi/england/humber/8095646.stm.
Beech, A. R.; Elliott, I. A.; Birgden, A.; Findlater, D. (2008), «The Internet and Child Sexual Offending: A criminological review», Aggression and Violent Behavior, 13, 216-228. https://doi.org/10.1016/j.avb.2008.03.007
Berkman Center for Internet and Society at Harvard University (2009), «Final Report on the Internet Safety Technical Task Force», Recuperado em junho, 2009, de http://cyber.law.harvard.edu/research.
Blanchard, R.; Lykins, A. D.; Wherrett, D.; Kuban, M. E.; Cantor, J. M.; Blak, T.; Dickey, R.; Klassen, P. E. (2009), «Pedophilia, Hebephilia, and the DSM-V», Archives of Sexual Behaviour, 38, 335-350. https://doi.org/10.1007/s10508-008-9399-9
Bryce, J. (2010), «Online Sexual Exploitation of Young People», in Y. Jewkes; M. Yar (eds.), Handbook of Internet Crime (pp. 320-342), Cullompton: Willan.
Byron, T. (2009), «How Can I Stop My Daughter from Having Online Sex Chats with Men?», Recuperado em 20 janeiro, 2009, de http://women.timesonline.co.uk/tol/life_and_style/women/families/article5547354.ece.
Cohen, S. (1972), Folk Devils and Moral Panics: The Creation of Mods and Rockers, Londres: MacGibbon & Kee.
Craven, S.; Brown, S. J.; Gilchrist, E. (2007), «Current Responses to Sexual Grooming: Implications for prevention», Howard Journal, 46, 60-71. https://doi.org/10.1111/j.1468-2311.2007.00454.x