Living on the edge: black metal and the refusal of modernity

Main Article Content

Sónia Pereira

Resumo

No seu estudo aprofundado sobre as formas mais extremas do heavy metal, Keith Kahn-Harris (2007) argumenta que, desde o seu aparecimento entre os finais dos anos de 1980 e o início dos anos de 1990, o black metal sempre se distinguiu por oferecer o discurso radical mais transgressivo de todos os subgéneros que integram a cena do metal extremo. Misantropia, elitismo e individualismo, no limite do comportamento antissocial, tornaram-se elementos centrais da identidade da comunidade do black metal, a par de um apelo nostálgico a uma visão idílica do passado e ao regresso a antigas tradições, que acompanham uma recusa absoluta da modernidade e um desejo de libertação de todos os seus constrangimentos. Com a morte e o tempo a ocuparem o lugar central nos temas privilegiados pelo black metal, desenvolvimentos mais recentes no seu estudo académico deram origem a uma «disciplina» designada «Teoria do Black Metal», uma abordagem filosófica ao género que tem vindo a forçar os limites da sua compreensão e a explorar a sua relação com uma visão alternativa da natureza e do universo, da existência e da experiência, da vida e da morte, da religião e da teologia. Este ensaio procura lançar alguma luz sobre o lado mais negro do black metal e das formas como este tem procurado explorar e contestar os significados da modernidade.

Palavras-chave: Black metal, Modernidade, Transgressão, Transcendentalismo, Abjeto, Morte

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Christe, Ian (2004), Sound of the Beast: The Complete Headbanging History of Heavy Metal, New York: Harper Entertainment.

Kahn-Harris, Keith (2007), Extreme Metal: Music and Culture on the Edge, Oxford: Berg.

Kristeva, Julia (1982), Powers of Horror: An Essay on Abjection, New York: Columbia University Press.

Masciandaro, Nicola (2012), «Black Metal Theory Interrogation I: Nicola Masciandaro, Publisher of Hideous Gnosis Book», available at http://avantgarde-metal.com/content/stories2.php?id=245 (last visited September 2012).

Moynihan, Michael; Soderlind, Didrik (1998), Lords of Chaos: The Bloody Rise of the Satanic Metal Underground, Los Angeles: Feral House.

Noys, Benjamin (2010), «Remain True to the Earth!: Remarks on the Politics of Black Metal», in Nicola Masciandaro (ed.), Hideous Gnosis: Black Metal Theory Symposium 1, Lexington, KY: Black Metal Theory Symposium 1, pp. 105-128.

Shakespeare, Steven (2012), «Of Plications: A Short Summa on The Nature of Cascadian Black Metal», in Nicola Masciandaro and Reza Negarestani (eds.), Glossator 6: Black Metal, pp. 1-45.

Spracklen, Karl (2010), «True Aryan Black Metal: The Meaning of Leisure, Belonging and the Construction of Whiteness in Black Metal Music», in The Metal Void, edited by N. Scott, (Oxford: ID Press), pp. 81-93.

Thacker, Eugene (2011), In the Dust of This Planet, Hants: Zero Books.

Walser, Robert (1993), Running With the Devil: Power, Gender and Madness in Heavy Metal Music, Middletown: Wesleyan University Press.

Weinstein, Deena (2000), Heavy Metal: The Music and Its Culture, Cambridge: Da Capo Press.

Wiebe Taylor, Laura (2010), «Nordic Nationalisms: Black Metal takes Norway’s Everyday Racisms to the Extreme», in The Metal Void, edited by N. Scott, (Oxford: ID Press), pp. 161-173.