A investigação-ação como estratégia privilegiada no contexto da inserção sociolaboral de reclusos: uma leitura a partir da pedagogia social
Main Article Content
Resumo
O presente artigo procura dar conta de um projeto de investigação-ação no contexto da (re)inserção sociolaboral de reclusos em Nampula (Moçambique). Perante a necessidade de formação e capacitação dos atores que exercem a sua atividade profissional em contexto prisional, o grupo de formadores, responsáveis por este projeto, optou por investigar a sua própria intervenção pedagógica. Este projeto visa capacitar, do ponto de vista profissional, Operadores Sociais que trabalham diretamente com os reclusos, quer em contexto prisional, quer em contexto de transição para a vida em sociedade e, ainda, para a inserção no mercado de trabalho. Esta modalidade de investigação centrada nos “práticos” revela-se bastante promissora, uma vez que tenta produzir conhecimento com utilidade pessoal, social e profissional. Estamos, deste modo, face uma conceção investigativa que procura melhorar as práticas educativas desenvolvidas pelos diversos atores sociais (e/ou profissionais), dando “voz” aos que vivem e sentem nos seus contextos de intervenção. Neste sentido, propomo-nos sugerir uma leitura interpretativa desta experiência de investigação-ação a partir da Pedagogia Social. Considerando que o projeto ainda está a ser implementado, o presente texto procura, nesta fase, realçar as potencialidades deste tipo de metodologia como estratégia privilegiada para intervir numa ótica de promoção de desenvolvimento comunitário.
Downloads
Referências
Balloni A. (1998). Criminologia e sicurezza. Milano: F.Angeli.
Banks, S., e Nohr, K. Ética pratica para as profissões do Trabalho Social. Porto: Porto Editora.
Brito, L., Castel-Branco, C. N., Sérgio, C. e Francisco, A. (2010). Protecção Social: abordagens, desafios e experiencias para Moçambique. Maputo: IESE
Caballo Villar, M., e Fraguela Vale, R. (2007). A investigación-acción participativa no que facer municipal. Coruña: Deputación Provincial da Coruña.
Canário, R. (1999). Educação de adultos: um campo e uma problemática. Lisboa: Educa.
Canastra, F. (2007). O perfil formativo-profissional do educador social. Um estudo a partir das narrativas experienciais de autoformação. Dissertação de Doutoramento não publicada. Lisboa: Universidade Aberta. http://hdl.handle.net/10400.2/768
Capul, M. e Lemay, M. (2003). Da Educação à Intervenção Social (vols.1.º e 2.º). Porto: Porto Editora
Caride, J., Freitas, O., e Vargas, G. (2007). Educação e desenvolvimento comunitário local. Perspectivas pedagógicas e sociais da sustentabilidade. Porto: Profedições.
Carvalho, A., e Baptista, I. (2008). Educação social. Fundamentos e estratégias. Porto: Porto Editora.
Castel, R. (1998). As metamorfoses da questão social: uma crónica do salário. Petrópolis: Vozes.
Castel-Branco, C. (2010). Pobreza, riqueza e dependência em Moçambique. Maputo: IESE.
Chopart, J. (2006). Novos desafios do trabalho social: dinâmicas de um campo profissional. Porto: Porto Editora.
Civís, M., e Riera, J. (2007). La nueva pedagogía comunitaria: un nuevo marco renovado para la acción sociopedagogica interprofesional. Valencia: Nau Llibres.
Faleiros, V. (2007). Estratégias em serviço social (7.ª ed.). São Paulo: Cortez.
Ferreira, J. (2011). Contributo para o debate da epistemologia do serviço social. Trabajo Social Global – Revista de Investigaciones en intervencíon Social, 2 (1) 63-77.
Foucault, M., e Camino, A. (1985). Vigilar y castigar: nacimiento de la prisión. Madrid: Siglo XXI.
Guerra, I. (2006). Participação e acção colectiva: interesses, conflitos e consensos. Estoril: Principia.
Guerra, I. (2002). Fundamentos e processos de uma sociologia de acção. Estoril: Principia.
Gutiérrez, A. (2003). La intervención socioeducativa como proceso de investigación. Valencia: Nau Llibres.
Herrerías, J. (2000). Paradigmas y métodos pedagógicos para la educación social. La praxis pedagógica en educación social. Valencia: Nau Llibres.
Iamamato, A. (2009). O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação (16ª ed.). São Paulo: Cortez.
Ion, J., e Ravon, B. (2002). Les travailleurs sociaux (6.ª ed.). Paris: La Découverte.
López, E. (2011). La educación social: desde la práctica de los servicios sociales comunitarios. Sevilla: Wanceulen.
Machado V. (2009). Ressocialização [Em linha].
Martinelli, M. (2006). Serviço social: identidade e alienação (10.ª ed.). São Paulo: Cortez.
Menezes, M. (2001). As práticas de cidadania no poder local comprometido com a comunidade. Coimbra: Quarteto
Miceli M. (1999). Autoestima. Bologna: Il Mulino.
Olivetti F. (2000). Progettare l’inserimento lavorativo. Torino: Ega.
Ortega, J. (2005). Pedagogía social y pedagogía escolar: la educación social en la escuela. Revista de Educación, 336, 111-127.
Pérez Serrano, G. (1990). Investigación-acción: aplicaciones al campo social y educativo. Madrid: Dykinson.
Petrus, A. (1997). Pedagogía social. Barcelona: Ariel Educación.
Pussetti, C., e Brazzabeni, M. (2011). Sofrimento social: idiomas da exclusão e políticas de assistencialismo. Etnográfica, 15 (3), 467-478. https://doi.org/10.4000/etnografica.1036
Sáez, J. (Coord.) (2007). Pedagogía social. Historia, profesión y competencias. Madrid: Pearson Prentice Hall.