Contributos para a pedagogia social: neuroética. Educação vagarosa e ubuntu

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Adérito Gomes Barbosa

Resumo

A Pedagogia Social assenta na qualidade de intervenção socioeducativa, a qual procura suscitar a ação autoestruturante nos participantes, não só como agentes da resposta, mas fundamentalmente como agentes de propostas. É para esta base que apresentamos três apontamentos, três achegas importantes. Antes de mais agarrámo-nos à neuroética, a partir de Adela Cortina (2011). Ela apresenta a neuroética para averiguar em que medida as bases cerebrais predispõem a atuar, na relação com a autonomia, a justiça e a felicidade. A partir do nascimento, o ser humano tem uma grande margem de progressão na interação constante com o meio e com os demais seres humanos, cultivando não só a relação com os próximos, mas uma relação com os afastados, com os desconhecidos. O segundo ponto refere-se ao contributo da educação vagarosa, a partir de autores credenciados tais como Honoré (2005) e Francesh (2011). Estes autores alertam para fast education existente e abrem horizontes para uma slow education. Assim, apontam para a realidade de uma sociedade e de uma educação hoje em excesso de velocidade. Apresentam uma urgente proposta de uma educação vagarosa que não ultrapasse etapas e em que haja tempo e momentos sufi cientes (kairos) para que os conteúdos sejam assimilados. O terceiro apontamento circunscreve-se ao ubuntu como uma filosofia que existe em vários países de África que se centra no relacionamento das pessoas umas com as outras. É a humanidade para com os outros, colocando-os todos em interconetividade. Poderíamos definir o ubuntu da seguinte maneira: só posso ser tudo aquilo que sou se fizer tudo para que todos possam ser tudo aquilo que são. Estas três achegas querem atingir positivamente a cidadania e a solidariedade da humanidade, em tons pedagógicos.

Palavras-chave: Pedagogia social, Neuroética, Educação vagarosa, Ubuntu

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