Depois das antigas traduções da Bíblia

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Armindo dos Santos Vaz

Resumo

As traduções modernas da Bíblia no Ocidente cruzam-se com a própria história ocidental: escreveram um nobre capítulo, ao oferecerem-lhe a base para a sua matriz cristã, para a democracia, liberdade e fraternidade humana. Fizeram cultura e literatura, enriqueceram a tradição da pintura, com miniaturas e iluminuras de rara beleza. Foram determinantes para a Bíblia chegar aos sedentos da sua mensagem inspiradora e para esta sobreviver no presente de cada povo. Por elas, a Bíblia continuou a falar ao longo de mais de um milénio. Prescindindo de outros dados a ter presentes no difícil ato de a traduzir (critérios literários, hermenêuticos, teológicos, litúrgicos…), fazemos uma abordagem histórica à tradução para as línguas mais faladas do Ocidente (francês, italiano, alemão, inglês, espanhol, português), acompanhando as circunstâncias em que cada uma surgiu e influenciou a religiosidade dos povos que a faziam e acolhiam. Um fenómeno com que esbarrou essa aventura foi o das proibições de a traduzir e ler. Por um lado, aparentemente incompreensível, revela, por outro, o sumo cuidado por preservar inalterado o seu precioso conteúdo, tentando evitar que fosse adulterado. Se algumas proibições se revestiram de dramatismo, outras ficaram tingidas de perseguição e de sangue, o que denuncia bem o ardente desejo de a dar a ler.

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