“Encerrar” e “desencerrar” ou a arte da capeia em “uma corrida de toiros no sabugal”, de Abel Botelho (1854-1917)

Main Article Content

Margarida Esperança Pina

Resumo

São muitos os testemunhos (de tradição oral, entre outros) que procuram dizer a cultura arraiana. Mas o que se pretende é tentar avaliar o património cultural em torno da capeia arraiana, a partir do conto “Uma corrida de toiros no Sabugal”, publicado por Abel Botelho em Mulheres da Beira (1898). A capeia arraiana é uma corrida de touros típica das terras de Riba Côa, nas aldeias da raia e pensa-se que tenha tido origem num acordo entre os ganadeiros da província espanhola de Salamanca e as aldeias portuguesas. Uma vez por ano, cediam algumas vacas bravas para, de alguma forma, compensar os estragos causados pelo gado espanhol que atravessava a raia para pastar nas hortas e lameiros portugueses. Pretendemos, deste modo, revisitar o primeiro conto que se assume como verdadeiro testemunho semântico e poético desse acervo arraiano. E, sob este olhar, acreditamos que a partir de um código literário, a linguagem dos toiros se transforma num diálogo vivo entre a simbólica e o imaginário do património cultural imaterial dos povos da raia.

Palavras-chave: Literatura, Memória, Cultura, Paisagem, Raia

Downloads

Não há dados estatísticos.