O aluno com cegueira. As atividades de vida diária na família e na escola

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Helena Saraiva
Célia Ribeiro
https://orcid.org/0000-0002-1000-6890
Cristina Simões

Resumo

Ao longo dos tempos, a educação de crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais (NEE), onde se incluem os alunos com cegueira, foi assumindo várias feições decorrentes de fatores de ordem social, política, económica, religiosa, científica, até que, chegados aos nossos dias, a escola tem como grandes linhas orientadoras os pressupostos da inclusão. Na sociedade contemporânea, esta deve ter como valor supremo a formação de cidadãos autónomos e independentes, contribuindo para a construção de uma coletividade mais justa. Tendo como base este quadro de referências, a escola e a família enfrentam novos desafios através da exigência de um trabalho interativo e colaborativo. Através de um estudo de tipo qualitativo, pretendemos conhecer a importância que os pais e/ou encarregados de educação e os professores de Educação Especial (EE) atribuem às Atividades de Vida Diária (AVD) no desenvolvimento do aluno com cegueira, sem outras problemáticas associadas, e se há colaboração entre a família e a escola na construção da sua independência pessoal. Embora, a população alvo deste estudo, sejam quatro crianças/jovens com cegueira, a população inquirida foram os pais e/ou encarregados de educação e os professores de EE. A técnica de recolha de dados utilizada foi a entrevista semiestruturada. Das conclusões retiradas, muito genericamente, podemos referir que, embora seja atribuída grande importância pelos inquiridos às AVD, esta área é pouco trabalhada na escola e na família, especialmente na utilização de técnicas específicas, pelo que não se observa uma efetiva colaboração na sua implementação.

Palavras-chave: Cegueira, Família, Escola, Atividades de vida diária, Autonomia

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