Refugiados na vida-grafia: uma aproximação a partir de Michel Henry

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Karin Hellen Kepler Wondracek

Resumo

A relação com pessoas desterritorializadas das fronteiras nas quais concebiam a vida exige um esforço de encontrar o chão comum para seu acolhimento. Os conceitos fenomenológicos de duplicidade do aparecer e de nascimento transcendental contribuem para alargar a compreensão da vida humana para além dos marcos exteriores que a fixam em territórios e culturas, pois a concebem doada na vida e pela vida. Sem essa perspectiva fundada na duplicidade do aparecer, os migrantes sofrem um distanciamento que aumenta a dificuldade de compreensão. Toma-se como ilustração as afirmações de Michel Henry a respeito de sua própria biografia, nas quais confronta os dados objetivos com impressões provindas da racionalidade da própria vida. Desta forma propõe-se a necessidade de justapor às características exteriores da filiação “no mundo” as características inerentes ao estar vivo “na Vida”. A entrevista de Michel Henry é conectada com suas afirmações a respeito do nascimento invisível e transcendental, especialmente a partir da fenomenologia do cristianismo. A consideração simultânea da bio-grafia com o que se poderia chamar de vida-grafia gera o conhecimento essencial para a comunicação profunda com o diferente. Um conhecimento (connaissance) gerado a partir do nascimento comum (co-naissance).

Palavras-chave: Fenomenologia da vida, Nascimento transcendental, Refugiados

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