The “problem” of religion and the need for an ethical component in reading the other

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Doroty Figueiras

Resumo

Este artigo começa por se questionar porque não tem hoje muita visibilidade o cruzamento entre a Religião e a Literatura, pesem embora as várias propostas interdisciplinares que proliferam no sistema educativo. Considera esta questão sob uma perspetiva teórica, examinando o papel do New Criticism e de outras correntes críticas que se lhe seguiram. Mas também no contexto em que ela se inscreve, sob a crescente secularização da sociedade e da academia, nomeadamente nos EUA. Historicamente, as universidades norte-americanas foram menosprezando os estudos religiosos como assunto passível de investigação, posição a que não era alheio um marcado preconceito anticatólico. Parece-nos evidente o grau a que o Puritanismo e os valores ditos evangélicos foram conformando a cultura americana, nela obnubilando a presença
de qualquer outra visão da sensibilidade americana (lida como protestante), e valorizando os valores individuais da revolta e da danação, não se focando (como sucede no Catolicismo, Hinduísmo, Islamismo ou Judaísmo) no dever moral e na vida como compromisso. Este conceito de teodiceia é fundamental para a forma de compreensão do Outro, tema que domina as mais recentes correntes dos estudos sobre Identidade,
Multiculturalismo, Pós-colonialismo, bem como em geral o discurso académico sobre Globalização. A segunda parte deste artigo examina historicamente algumas configurações paradigmáticas do Outro, desde a filosofia clássica até ao presente, com especial relevo para o Romantismo alemão e existencialistas. Focaliza-se ainda na obra de Paul Ricoeur, Michel de Certeau e Emmanuel Lévinas, possíveis modelos alternativos nas discussões éticas sobre o Outro.

Palavras-chave: Religião, Literatura, Filosofia, Identidade, Outro, Estudos interdisciplinares, Universidade

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