Envelhecer na prisão: vivências prisionais de reclusas idosas
Main Article Content
Resumo
Nas últimas duas décadas, a literatura internacional no domínio dos estudos prisionais, mas também em áreas de saúde pública e da administração da justiça, tem vindo a evidenciar questões específicas relacionadas com o progressivo aumento da reclusão de idosos. Contudo, são escassos os estudos sociais sobre este tema em Portugal sendo também inexistentes as políticas institucionais direcionadas para responder às necessidades e características específicas dos reclusos idosos. Partindo de um conjunto de dez entrevistas com mulheres, realizadas no Estabelecimento Prisional Especial de Santa Cruz do Bispo Feminino, almeja-se compreender os processos de atribuição de sentido ao envelhecimento na prisão, através das narrativas construídas por parte de reclusas com mais de 50 anos, em torno das vivências prisionais e das expectativas de reintegração futura na sociedade.
Downloads
Referências
Aday, R. H. (1994). Aging in prison: A case study of new elderly offenders. International Journal of Offender Therapy and Comparative Criminology, 38(1), 79-91.
Aday, R. H. (2003). Aging prisoners: Crisis in American corrections. Westport, CT: Praeger Publishers.
Aday, R. H. & Krabill, J. J. (2012). Older and geriatric offenders: Critical issues for the 21st century. In L. Gideon (Ed.), Special needs offenders in correctional institutions. Londres: Sage Publications, 203-232.
Amaral, J. (2010). Comportamentos anti-sociais na prisão: Análise de medidas disciplinares numa amostra de reclusas. Tese de mestrado em Psicologia Jurídica, Porto: Universidade Fernando Pessoa. http://hdl.handle.net/10284/5350
Antunes, C. (2010). Educação e formação em meio prisional. Tese de Mestrado em Sociologia, Braga: Universidade do Minho.
Cabelguen, M. (20006). The dynamic of carceral socialization processes. Champ Pénal/ Penal Field, 3. https://doi.org/10.4000/champpenal.7441
Crawley, E. (2005). Surviving the prison experience? Imprisonment and elderly men. Prison Service Journal, 160: 1-7.
Crawley, E. & Sparks, R. (2006). Is there life after imprisonment?: How elderly men talk about imprisonment and release. Criminology and Criminal Justice, 6 (1), 63-82.
Cónim, C. (1999). Geografia do envelhecimento da população portuguesa. Aspectos sociodemográficos. Lisboa: Departamento de prospectiva e planeamento.
Cunha, M. I. (2008). Prisão e sociedade: Modalidades de uma conexão. In M. I. Cunha (org.), Aquém e além da prisão. Cruzamentos e perspectivas. Lisboa: 90 graus Editora.
Dawes, J. (2009). Ageing prisoners: Issues for social work. Australian Social Work, 62 (2), 258-271.
Fazel, S. & Grann, M. (2002). Older criminals: A descriptive study of psychiatrically examined offenders in Sweden. International Journal of Geriatric Psychiatry, 17, 907-913.
Fry, L. (1988). The concerns of older inmates in a minimum security prison setting. In B. McCarthy, & R. Langworthy (eds.), Older offenders’ perspectives in criminology and criminal justice. New York: Praeger, 164-177.
Gal, M. (2002). The physical and mental health of older offenders. FORUM on Corrections Research, 14(2), 1-6.
Goetting, A. (1983). The elderly in prison: Issues and perspectives. Journal of Research in Crime and Delinquency, 20, 91-309.
Goffman, E. (2007). Manicómios, prisões e conventos. São Paulo: Editora Perspectiva.
Granja, R., Cunha, M. I., & Machado, H. (2013). Formas alternativas do exercício da parentalidade: Paternidade e maternidade em contexto prisional. Ex Aequo, no prelo.
Grant, A. (1999). Elderly inmates: Issues for Australia: Trends and issues in crime and criminal justice. Australia Institute of Corrections.
Howse, J. (2003). Growing old in prison: A coping study on older prisoners. Londres, Inglaterra: Centre for Policy on Ageing and Prison Reform Trust.
Johnson, E. H. (2000). Elders and Japanese corrections. In M. B. Rothman, B. D. Dunlop, & P. Entzen (eds.), Elders, crime, and the criminal justice system. Nova Iorque: Springer, 222-235.
King, R. D. & McDermott, K. (1995). The state of our prisons. Oxford: Clarendon Press.
Kratcoski, P .C. & Pownall, G. A. (1989). Federal bureau of prisons programming for older inmates. Federal Probation, 28-35.
Laub, J. & Sampson, R. (2001). Understanding Desistance from Crime. Chicago: University of Chicago Press.
Laub, J. & Sampson, R. (2003). Shared Beginnings, Divergent Lives: Delinquent Boys to Age 70 Cambridge, MA: Harvard University Press.
McShane, M. D. & Williams, F. P. (1990). Old and ornery: The disciplinary experiences of elderly prisoners. International Journal o f Offender Therapy and Comparative Criminology, 34, 197-212.
Moreira, N. A. (2008). Sofrimento, desespero e comportamentos suicidários na prisão. Coimbra: Quarteto.
Palmeira, T. (2005). O corpo na velhice - Representações e práticas. Tese de Mestrado em Sociologia, Braga: Universidade do Minho. http://hdl.handle.net/1822/4913
Perista, H. & Perista, P. (2012). Género e envelhecimento. Planear o futuro começa agora. Estudo diagnóstico. Lisboa: Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.
Robert, L. (1995). O envelhecimento. Lisboa: Instituto Piaget.
Santos, B. S. & Gomes, C. (2003). A Reinserção Social dos Reclusos. Um contributo para o debate sobre a reforma do sistema prisional. Coimbra: Observatório Permanente da Justiça Portuguesa, Centro de Estudos Sociais.
Steiner, E. (2003). Early release for seriously ill and elderly prisoners: Should French practice be followed? Probation Journal, 50(3), 267-273.
Taché A. (2003). L’adaptation: Un concept sociologique systémique. Paris: L’Harmattan.
Wahidin, A. & Cain, M. (2006). Aging, crime and society. Londres, Inglaterra: Willan.
Wick, J. Y. & Zanni, R. (2009). Challenges in caring for aging inmates. Consultant Pharmacist, (24) 6, 424-436.
Williams, B. & Abraldes, R. (2007). Growing older: Challenges of prison and reentry for the aging population. In R. Greifinger (ed.), Public health behind bars. New York: Springer, 56-72.
Zamble, E. & Porporino, E. (1988). Coping behavior and adaptation in prison inmates. New York: Springer-Verlag.