A retórica dos projetos, as singularidades organizacionais e as lógicas de ação

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Ana de Lurdes Videira Sérgio
José Matias Alves

Resumo

O estudo realizado permitiu a compreensão e o conhecimento do modo como se articulam os projetos estruturantes da organização escolar, PEE e PCE, e o seu impacto no planeamento da ação pedagógica e na gestão do currículo consubstanciados no mapa anual de atividades. Ao longo do processo de investigação, analisámos as culturas de trabalho e o tipo de lógicas supervisivas presentes, nos departamentos e grupos disciplinares, nas fases de conceção, implementação e avaliação dos projetos atendendo aos constrangimentos e potencialidades sinalizadas pelos atores, bem como às propostas de melhorias enunciadas para o quadro organizacional em presença. A abordagem teórica possibilitou-nos uma incursão sobre os conceitos de escola, autonomia, projeto, supervisão, culturas e modelos organizacionais. Na vertente empírica, o estudo baseou-se numa metodologia qualitativa sustentada na realização de entrevistas semiestruturadas aos atores-chave, análise de conteúdo da esfera documental, observação empírica, constituição de um diário de campo e análise de atas e planificações anuais de diferentes grupos disciplinares. O tratamento e a triangulação dos dados colhidos permitiu extrair evidências e encontrar respostas para as questões de investigação inicialmente traçadas. As conclusões retiradas permitiram destacar o carácter essencialmente retórico dos projetos e a sua débil articulação à praxis organizacional. Foi também possível analisar e compreender o conjunto de razões que conduzem, em contexto, ao predomínio de culturas de trabalho pouco colegiais e colaborativas, à débil presença de mecanismos de supervisão e à escassez de culturas de autorregulação e autoavaliação das práticas institucionais.

Palavras-chave: Escola, Autonomia, Projetos, Supervisão

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