Formação de professores e utilização das tecnologias digitais na escola
Main Article Content
Resumo
Em Portugal, foram desenvolvidos sucessivos projetos, programas e iniciativas com vista ao desenvolvimento de atitudes e conhecimentos dos docentes em exercício relativamente à utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC); contudo, a maioria dos professores continua a não criar situações de utilização das TIC pelos alunos de forma consistente e regular. Este estudo visa compreender a forma como a formação em TIC tem sido planeada e identificar os seus efeitos sobre os conhecimentos dos professores e sobre a forma como estes mobilizam as tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem. O estudo é de natureza qualitativa e recorre à análise de documentos e à entrevista semiestruturada de participantes em ações de formação na qualidade de formadores ou de formandos. Os dados obtidos sugerem possíveis fragilidades no processo de diagnóstico e levantamento de necessidades de formação e apontam para uma oferta formativa sem referencial explícito, valorizando aspetos teóricos ou teórico-práticos. Constata-se ainda que mais de metade da oferta formativa em TIC visa satisfazer necessidades do trabalho dos professores não relacionadas com as práticas de ensino, e os seus efeitos situam-se mais no desenvolvimento de competências relativas ao trabalho de retaguarda dos professores.
Downloads
Referências
Bertaux, D. (2010). Le Récit de vie: L’enquête etses méthodes. 3eédition. Paris: Armand Colin Éditeur.
Castro, C., Andrade, A., & Lagarto, J. (2012). Identificação de fatores facilitadores da utilização de recursos educativos digitais pelos professores: A perspetiva de especialistas num estudo e-Delphi. Revista Iberoamericana de Evaluación Educativa, Volumen 5, Número 3, 162-178.
Costa, F. (2009). Um breve olhar sobre a relação entre as tecnologias digitais e o currículo no início do séc. XXI. In: VI Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação, Challenges 2009, pp. 293-307.
Costa, F. (2010). Do subaproveitamento do potencial pedagógico das TIC à desadequação da formação de professores e educadores. In M. E. Almeida (Ed.), Actas do IColóquio Brasil-Portugal – 2010: “Perspectivas de inovação no campo das TIC na Educação”. São Paulo, Brasil: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Ford, M. (2015). The Rise of the Robots. Technology and the Threat of Mass Unemployment. London: Oneworld Publications.
Formosinho, J., & Machado, J. (2014). Formação contínua de Professores. In Maria de Lurdes Rodrigues (Org.). 40 Anos de Políticas de Educação em Portugal – Volume II – Conhecimento, atores e recursos (pp. 311-333). Coimbra: Almedina.
Formosinho, J., Machado. J., & Mesquita, E. (2014). Luzes e sombras da formação contínua: Entre a conformação e a transformação (pp.83-99). Mangualde: Edições Pedago.
Franklin, C. (2007). Factors that influence elementary teachers use of computers. Journal of Technology and Teacher Education, 15(2), 267-293.
Furjanic, S., & Trotman, L. (2000). Turning Training into Learning: How to design and deliver programs that get results. New York: AMACOM –American Management Association.
García-Martín, S., & Cantón-Mayo, I. (2019). Uso de tecnologías y rendimiento académico en estudiantes adolescentes. Comunicar, n.º 59, v. XXVII, 73-81. https://doi.org/10.3916/c59-2019-07
Glaser, B., & Strauss, A. L. (1967). The Discovery of Grounded Theory: Strategies for Qualitative Research. Chicago: Aldine.
Harari, Y. N. (2018). 21 Lições para o Século XXI. Amadora: Elsinore.
Kirkpatrick, D., & Kirkpatrick, J. (2006). Evaluating Training Programs – The Four Levels. 3rd edition. San Francisco, California: Berrett-Koehler Publishers.
Lopes, A., Mouraz, A., Ferreira, E., Pereira, M., Fernandes, P., Moreira, J., Lima, L., & Rodrigues, L. (2011), Formação Contínua de Professores 1992-2007: Contributos de investigação para uma apreciação retrospectiva. Porto: Livpsic.
Meirinhos, M., & Osório, A. (2007). Fatores condicionantes da aprendizagem colaborativa em ambientes virtuais: estudo de caso no âmbito da formação contínua de professores. In L. Aires, J. Azevedo, I. Gaspar & A. Teixeira (coord.), Comunidades virtuais de aprendizagem e identidades no ensino superior: O Projeto @prende.com (pp. 125-138). Lisboa: Universidade Aberta.
Miranda, G. L. (2007). Limites e possibilidades das TIC na educação. Sísifo – Revista de Ciências da Educação, 3, 41-50.
Nascimento, S. S. F. (2015). Formação contínua: contributos para a profissionalidade dos professores do 1.º ciclo do ensino básico/ensino fundamental. Tese de doutoramento. Universidade de Évora. Disponível em http://hdl.handle.net/10174/16231
Nóvoa, A. (2009). Educação 2021: Para uma história do futuro. Revista Ibero-Americana de Educação / Revista Ibero-Americana de Educación, n.º 49, janeiro-abril, 181-199.
OECD/PISA (2015). Students, Computers and Learning: Making the connection. PISA, OECD Publishing.
Oliveira, A. B., Osório, A. J., & Dourado, L. G. P. (2017). O DJD na formação de professores de Biologia. Revista de Estudios y Investigación en Psicología y Educación, Vol. Extr., n.º 06, 293-295. https://doi.org/10.17979/reipe.2017.0.06.2641
Pedro, N. (2012). Integração educativa das TIC: proposta de um instrumento e de uma nova abordagem ao conceito. Educação, Formação & Tecnologias, 5(1), 3-16.
Piedade, J., & Pedro, N. (2014). Tecnologias digitais na gestão escolar: Práticas, proficiência e necessidades de formação dos diretores escolares em Portugal. Revista Portuguesa de Educação, 27(2), 109-133. https://doi.org/10.21814/rpe.6254
Sá, C. M. (2016). Pensamento crítico, TIC e formação em didática de línguas. Revista Lusófona de Educação, 32, 93-107.
Sampaio, P. A. S. R. (2016). Desenvolvimento profissional dos professores de Matemática: Uma experiência de formação em TIC. Revista Portuguesa de Educação, 29(2), 209-232. https://doi.org/10.21814/rpe.2987
Valente, A. C., & Correia, I. (2015). Mapeamento da Oferta de Educação e Formação em TICE em Portugal – Relatório do Estudo. Coligação Portuguesa para a Empregabilidade Digital. Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P.