As salas de aula nas escolas modernizadas pela Parque Escolar. Entre um voluntarismo retórico e uma míngua de efeitos nos processos educativos

Main Article Content

Manuel Peniche Bertão
https://orcid.org/0000-0003-4850-4120
José Matias Alves
https://orcid.org/0000-0002-9490-9957

Resumo

O interesse pelo estudo da influência do ambiente físico dos espaços escolares no comportamento, nas atitudes e nas estratégias de ensino, insere-se no contexto do programa de modernização das escolas secundárias, ainda em execução, pela Parque Escolar E.P.E. A investigação em andamento visa determinar como é que diretores escolares, professores e alunos percecionam as alterações introduzidas nos espaços escolares modernizados e em que medida estas provocaram mudanças nos modos de ensinar e de aprender, tendo como referencial o Manual de Projeto: arquitetura e o modelo pedagógico implícito. O estudo enquadra-se numa metodologia qualitativa e quantitativa, com uma forte componente de investigação de estudo pós-ocupação, e desenvolveu-se em três escolas secundárias do distrito do Porto. São apresentados os resultados parcelares da análise dos dados recolhidos no inquérito, por questionário, aos professores, e na entrevista, aos diretores. Os resultados colocam em evidência que a perceção coletiva sobre as características dos novos espaços escolares, as condições para o ensino e a aprendizagem e o efeito na mudança das práticas letivas estão longe de corresponder à retórica enunciada.

Palavras-chave: Projeto educativo, Espaços escolares, Sala de aula

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Afonso, N. (2014). Investigação Naturalista em Educação: Um guia prático e crítico. Vila Nova de Gaia: Fundação Manuel Leão.

Alves, J. M. (1999). Organização, Gestão e Projeto Educativo das Escolas (5.ª ed.). Porto: Edições Asa.

A Amado, J. (2014). Manual de Investigação Qualitativa em Educação (2.ª ed.). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. https://doi.org/10.14195/978-989-26-0879-2

Barret, P., & al, e. (2015). A holistic, multi-level analysis identifying impact of classrroom design on pupil’s learning. Building and Environment, no. 59, pp. 678-689. https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2012.09.016

Carvalho, A. G. (2013). Projeto Educativo de Escola. Braga: Universidade Católica Portuguesa. Faculdade de Ciências Sociais.

Casanova, D., Napoli, R. D., & Leijon, M. (2018). Which space? Whose space? An experience in involving students and teachers in space design. Teaching in Higher Education, nov., pp. 488-503. https://doi.org/10.1080/13562517.2017.1414785

Costa, A. R., Silva, S. M., & Fernandes, F. B. (2015). O envolvimento de jovens no ambiente construído da escola: do espaço físico ao espaço educativo. Educação, Sociedade e Culturas, n.º 44, pp. 67-85.

Escolar, P. (2008). Relatório de Sustentabilidade. Lisboa: Parque Escolar E.P.E.

Escolar, Parque. (2009). Manual de Projeto: Arquitetura (Versão 2.1 ed.). Lisboa: Parque Escolar E. P. E.

Formosinho, J., & Fernando Ilídio Ferreira, J. M. (2000). Políticas Educativas e Autonomia das Escolas (1.ª ed.). Porto: Edições Asa.

Guerra, M. Á. (2003). Tornar Visível o Quotidiano: Teoria e prática de avaliação qualitativa das escolas. Porto: Edições Asa.

Hargreaves, A. (1998). Os Professores em Tempos de Mudança: O trabalho e a cultura dos professores na idade pós-moderna. Alfragide: McGraw-Hill.

Heitor, T. V., & Silva, J. M. (2009). Portugal’s Secondary School Modernisation Programme. CELE Exchange. Obtido de Centre for Effective Learning Environments: https://doi.org/10.1787/223646614356

Hertzberger, H. (2008). Space and Learning. Lessons in architecture 3. Rotterdam: 010 Publishers.

Kowaltowski, D. C., & Álvares, S. L. (2013). Programando a arquitetura escolar. VIII Encontro Latinoamericano de Conforto no Ambiente Construído, 25 set. https://doi.org/10.12702/978-85-89478-40-3-a017

Lima, L. C. (1998). A Escola como Organização e a Participação na Organização Escolar: Um estudo da escola secundária em Portugal (1974-1988). Braga: Universidade do Minho – Instituto de Educação e Psicologia .

Lima, R. (2017). A Escola que Temos e a Escola que Queremos. O que se passa com a educação? Um olhar sobre as principais preocupações dos pais, alunos e professores. Barcarena: Editora Manuscrito.

Long, P. (2005). Future of the learning space: breaking out of the box. Obtido de https://www.researchgate.net/publication/43516622.

Mendonça, M. (2002). Ensinar e Aprender por Projetos. Porto: Edições Asa. Cadernos Criap, n.º 31.

Noites, M. A. (2017). Repensar os Espaços Escolares. O impacto do espaço físico na educação. Ensino Básico e Secundário. Tese de doutoramento. Braga: Universidade do Minho. http://hdl.handle.net/1822/55980

Oliveira, M. M. (2012). Como Fazer Pesquisa Qualitativa (4.ª ed.). Rio de Janeiro: Editora Vozes.

Pedro, N. (2017). Redesigning learning spaces: what do teachers want for future classrooms? International Conference Educational Technologies, pp. 51-58.

Pestana, M. H., & Gageiro, J. N. (2014). Análise de Dados para Ciências Sociais. A complementaridade do SPSS. (6.ª ed.). Lisboa: Edições Sílabo.

Torres, L. L. (2005). Cultura organizacional no contexto escolar: o regresso à escola como desafio na reconstrução de um modelo teórico. Ensaio: avaliação das políticas públicas de educação, out.-dez., pp. 435-451. https://doi.org/10.1590/s0104-40362005000400003

Veloso, L., Sebastião, J., Duarte, A., Marques, J., Rocha, T., Leal, T., & Costa, T. (2011). Relatório Final: Impacto da renovação dos edifícios das escolas secundárias nos processos e práticas de ensino-aprendizagem. Lisboa: Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. Obtido de http://www.ces.uc.pt/cesfct/gcm/VeSe11.pdf.