A predestinação, a liberdade e a submissão em “Vidas” de religiosas portuguesas (séculos XVII-XVIII)

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Paula Almeida Mendes

Resumo

Tendo como pano de fundo a questão da predestinação divina, este estudo pretende chamar a atenção para algumas “Vidas” de religiosas portuguesas, escritas entre os séculos XVII e XVIII, nas quais o tópico da graça e da eleição divina funciona como um aspeto estruturante de todo o discurso narrativo. O presente trabalho procura também mostrar como os autores das narrativas estudadas, de molde a atrair a atenção dos leitores – que, por esta época, muito apreciavam ainda a dimensão do maravilhoso, apesar das críticas de que vinha sendo alvo – recorriam a tópicos, como as aliciantes propostas de casamento apresentadas pelos pais das protagonistas, para reafirmar não só a questão da predestinação, como também a contumácia das jovens em seguir a vida religiosa. Este estudo procura realçar também como o convento acaba por se afirmar e funcionar como um espaço de uma muito “específica” liberdade para as religiosas, apesar da reclusão a que estavam obrigadas.

Palavras-chave: “Vidas” devotas, Predestinação divina, Liberdade, Séculos XVII-XVIII

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