Aspectos da luta política e do republicanismo no contexto da diocese do Algarve

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Afonso da Cunha Duarte

Resumo

A implantação da República no Algarve reflecte o rescaldo das lutas fratricidas do século XIX entre os partidários da fação de D. Pedro e de D. Miguel. O clero religioso e secular tomara parte na luta partidária e a Igreja no Algarve ficou totalmente desorganizada. A evangelização deixou de se fazer. Quando se implantou a República, uma parte dos que se diziam de cristãos eram anticlericais. D. António Barbosa Leão não ignorou a crítica política da situação reinante e a dicotomia dos que se diziam cristãos. Perante o mutismo e o encolher de ombros de muitos, enalteceu todos aqueles que espontaneamente, apesar das ameaças e opressões, viviam a fé. Evitou que se repetissem comportamentos e atitudes do século XIX. Não permitiu que o clero se intrometesse na política. Perante roubos e assaltos aos bens da Igreja e da perseguição feroz ao clero, diante do rol de acusações e discursos anticlericais, a Igreja no Algarve vai contrapor com uma nova evangelização, com realizações sociais e culturais e deixa de lado o discurso e o palavreado estéril e caceteiro. D. António Barbosa Leão fez da pena uma espada e defendeu a verdade como se defende a vida. Apesar de todos os dissabores e perseguições, defendeu os sacerdotes perseguidos, condenou o laicismo exacerbado e acabou por cantar vitória por se ter libertado do regalismo. O porta‑voz foi o jornal diocesano Boletim do Algarve.

Palavras-chave: Algarve, Diocese do Algarve

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