Portugal após o golpe de 1926: a sombra do Padroado e as iniciativas da ditadura militar
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Resumo
Em 28 de maio de 1926 um golpe de estado estabelece uma ditadura militar em Lisboa. O novo regime de Mendes de Cabeçadas promove medidas orientadas para os pedidos da Igreja Portuguesa e envolve personalidades do mundo católico na formação do governo. Estas iniciativas, em vez de revelar a adesão do episcopado ao golpe ou ser a evidência de uma estratégia política, respondem à necessidade urgente de preservar os direitos de nomeações para o serviço eclesial do Padroado, depois de a Santa Sé, numa Nota da Secretaria de Estado de Fevereiro do mesmo ano, manifestar a vontade de revogar os privilégios que Lisboa ainda exercia nas colónias das Índias Orientais. Nesta situação, ocorre a primeira aparição de um professor universitário pouco conhecido no Ministério das Finanças, António de Oliveira Salazar, destinado a tornar-se a figura política mais relevante da história portuguesa do século XX.