Cem anos de confusão: da invasão à capitulação da mística no século XVII francês

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Alexandre Freire Duarte
http://orcid.org/0000-0003-4878-6674

Resumo

Por uma convergência de fatores fora do comum, mas historicamente compreensíveis e bem conhecidos, o início do séc. XVII vê, em França, o surgir de, nas palavras de Henri Bremond, uma série de “invasões místicas”. Estas invasões configuraram uma espiritualidade católica centrada na vivência de uma relação íntima do sujeito com Deus, que, não poucas vezes, parecia colocar “entre parêntesis” o valor das mediações instituídas e da reflexão teológica abstrata. Surge, neste contexto e ao longo de “100 anos”, um feroz debate logomáquico acerca da legitimidade e da importância, dentro do edifício teológico católico, da “ciência experimental das coisas da outra vida”; quer dizer, de uma “mística” que passa a ser um substantivo justamente nesta centúria. O presente estudo, baseado numa epistemologia do amor consentânea com o estilo garciano de redação de textos acerca da mística, visa apresentar alguns dos mais salientes episódios e intervenientes de tal debate que marcou, como poucos, a compreensão de tão nobre aspeto da vida cristã. E apresenta-los ao redor de três etapas: a) A invasão mística; b) o apocalipse místico; e c) a capitulação da mística.

Palavras-chave: Mística, Linguagem mística, França, Século XVII, François Fénelon, Louis Lallemant, Jean-Joseph Surin, Jacques-Bénigne Bossuet

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