Silêncio e subversão: a postura pública de profetisas na literatura popular cristã antiga
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Resumo
As mulheres da Paixão de Perpétua e Felicidade, dos Atos de Paulo e Tecla, dos Atos de Tomé e do Evangelho de Maria Madalena têm visões, sonhos, audições e experiências corporais sensoriais que consideram divinamente inspiradas ou relacionadas com o Espírito Santo. Estas são experiências proféticas – entendidas no Mediterrâneo antigo como um processo de comunicação entre seres humanos e o divino com o objetivo de atingirem uma audiência mais ampla – apesar de não serem tradicionalmente nomeadas como tais. Para validarem estas atividades, as profetisas dessas histórias adotam mudanças em vestimentas, uma atitude de negligência em relação à família e ao casamento, e executam funções religiosas públicas. Tais comportamentos, assim como o facto de se manterem silenciosas fora dos momentos de êxtase, validam publicamente o seu caráter profético.