Unidades greco-latinas na língua portuguesa

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Rui Abel Pereira

Resumo

No português contemporâneo, encontramos um grande número de unidades morfolexicais (bases e afixos) de origem estrangeira, especialmente greco-latina, que convivem com as unidades nativas ou autóctones, estabelecendo com elas, muitas vezes, relações de distribuição complementar (cf. mão/manu-al; cão/can-il; lei/leg-al; presidente/presidênc-ia; livro/biblio-, etc.). O tratamento linguístico deste tipo de alternâncias morfolexicais levanta alguns problemas de carácter teórico,  nomeadamente o das relações entre sincronia e diacronia, e o tipo de tratamento (morfológico, fonológico e/ou lexical) susceptível de ser proposto para a análise dos fenómenos de alomorfia e/ou supletivismo. Qual a natureza destas alternâncias? Qual é o componente da gramática responsável pelo seu processamento? Consideraremos que o fenómeno de variação alomórfica (supletiva e/ou não-supletiva) que afecta as unidades morfolexicais é comandado morfologicamente, pelo que o seu tratamento pode e deve ser incorporado no âmbito da morfologia. No entanto, como se trata de um fenómeno de variação que afecta o significante de algumas unidades lexicais, admite igualmente um tratamento lexical e/ou fonológico, evidenciando a interacção entre estes componentes da gramática e a morfologia.

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