A cidade monástica e a preservação da cidade antiga

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Paula Barata Dias

Resumo

O monaquismo ocidental privilegiou as formas comunitárias do mesmo, ao contrário do que tinha sucedido nas suas origens, no Médio-Oriente e no Egipto. Na Alta Idade Média europeia, este tomou, progressivamente, formas mais complexas e sofisticadas de vida comunitária: ordem e jurisdição, hierarquia vertical e relações horizontais, património e meios de produção, trabalho, gestão do tempo e ocupação do espaço, rituais de celebração da comunidade, estabelecimento de uma fronteira entre o mundo monástico e o exterior, e regulamentação dos contactos com os não pertencentes à comunidade, propósito de estabilidade e de segurança, são elementos que a cultura monástica partilha com a cultura urbana antiga. É propósito deste trabalho mostrar como os teorizadores do monaquismo da Alta Idade Média, recorrendo às imagens, à linguagem, e aos conceitos da vida urbana do Império Romano, procuraram concretizar não só um projecto espiritual, mas também um modelo de preservação da vida em comunidade que se substituía, na eficácia e na funcionalidade, às estruturas de suporte da vida urbana no mundo romano.

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