Surpreendente ousadia do padre Manuel. Bispo de Nampula

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José Luzia Gonçalves

Resumo

O Padre Manuel Vieira Pinto, como director do Movimento por um Mundo Melhor, teve intervenção de grande impacto, em Portugal, logo após o encerramento do Concílio Vaticano II. Foi o primeiro grande arauto da renovação conciliar. Na ordem interna da Igreja, promovendo os exercícios espirituais dirigidos a todos os extractos do Povo de Deus (bispos, leigos, religiosos e religiosas, seminaristas e padres). Na esfera ad extra, versando as implicações sociais do Evangelho e da doutrina conciliar no âmbito social, político e económico, ficaram famosas as suas palestras na televisão. Já como Bispo de Nampula, arrastou multidões nas conferências de Maio de 1968 no Pavilhão dos Desportos de Lisboa e no Palácio de Cristal do Porto. Ao chegar a Nampula, em 1967, teve de se confrontar de modo mais imediato do que na metrópole com o problema da guerra colonial e a negação dos direitos do Povo moçambicano, já em armas, à sua legítima autodeterminação. A renovação interna da Igreja, em simultâneo e neste contexto, em clima de aggiornamento conciliar, constituíram as duas pedras de toque que cedo o semearam no coração do povo moçambicano, por um lado, e o fizeram alvo da senha colonialista até à sua expulsão nas vésperas da revolução do 25 de Abril, por outro. Depois da independência de Moçambique, sob o paradigma marxista-leninista, a sua palavra voltou a ouvir-se, sempre com a criatividade e o desassombro de que só a fé profética é capaz.

Palavras-chave: Evangelização, Aggiornamento, Paz, Guerra, Desenvolvimento, Autodeterminação, Direitos humanos, Direitos dos povos, Profecia

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Referências

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