Desenvolvimento rural em Timor-Leste

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Augusto Manuel Correia

Resumo

Desde tempos imemoriais que a agricultura em Timor-Leste, embora nunca representado um valor económico significativo, sempre foi uma actividade muito importante para parte substancial da sua população como ferramenta no combate à pobreza nos sulcos e nas montanhas que existem por todo o território. A partir de determinado momento, a ocupação das várzeas em alguns dos leitos dos seus rios, passou a ser uma estratégia para se tentar projectar a agricultura para patamares mais elevados. A conjugação do clima, solos e orografia, sempre fizeram de Timor-Leste um lugar propício ao desenvolvimento de sistemas agro-florestais. É assim que aparece o primeiro ciclo económico com base na exploração do sândalo que atingiu, no passado, níveis tão insustentáveis que praticamente conduziram ao seu desaparecimento. Seguiu-se o ciclo do café sob sombra cuja importância, independentemente de algumas vicissitudes, se matem até aos nossos dias. Com uma agricultura ainda hoje caracterizada por um cariz tradicional muito marcado, o texto aponta algumas pistas para uma estratégia para o desenvolvimento rural de Timor-Leste com base na capacitação de todos os actores do sector nomeadamente, pequenos agricultores, agricultores privados, serviços agrícolas e de investigação. É realçado o facto de se evitarem generalizações e de se ter em conta nas estratégias, os diferentes locais de intervenção como a agricultura de montanha, a mais generalizada, e a intensificação cultural das possíveis várzeas como forma mais adequada de se buscar alguma intensificação cultural e de se tentar alcançar a segurança alimentar do país.

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