Anna, Soror...: a descoberta do eu no meio do interdito

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Ana Fernandes

Resumo

Obra de juventude, Anna, soror ... revela como muitos dos escritos de Marguerite Yourcenar são a projecção da sua autora. Como se o mito de Narciso se actualizasse na criação desta obra romanesca, ele só é compreensível nas suas diferentes dimensões, se analisarmos as suas personagens nas suas relações interpessoais. Ser inquieto, angustiado pela sua sexualidade, o Narciso yourcenariano teme responder ao apelo do outro. Com horror do feminino, ele não suporta a presença do outro que o deseja. Ao tentar afastar a figura feminina ameaçadora, o protagonista busca o seu alter ego viril e assegurador. Só pela espiritualidade se consegue ultrapassar o desejo incestuoso e atingir o Absoluto. Conjugando diferentes imagens (Narciso, o Duplo, os Gémeos), Marguerite Yourcenar dá às suas personagens a consciencialização de uma sexualidade sacralizada.


 

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