Os tempos de espera para cirurgia superiores a 12 meses na Região Centro: evolução e perfil dos utentes antes e durante a pandemia por COVID-19

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Carlota Quintal
http://orcid.org/0000-0002-8306-3431
Patrícia Antunes
https://orcid.org/0000-0003-3248-6327
Adriana Cruz
https://orcid.org/0000-0001-7258-5501

Resumo

Introdução: Os tempos de espera para cirurgia eletiva são uma prioridade da política de saúde em Portugal, como em outros países. O enfoque da avaliação dos tempos de espera incide habitualmente sobre o cumprimento ou não dos tempos máximos de resposta garantidos. Contudo, dentro dos casos onde estes tempos não são cumpridos incluem-se tempos de espera particularmente longos. Em 2019, o próprio Ministério da Saúde anunciou a intenção de reduzir o número de utentes à espera para cirurgia há mais de 12 meses. Objetivos: Os nossos objetivos são analisar a evolução deste número e comparar o perfil dos utentes à espera há menos e há mais de 12 meses, antes e após o início da pandemia por COVID-19, na Região Centro. Materiais e métodos: Os dados provêm da lista de inscritos para cirurgia em três momentos: 31 de maio de 2019 (50245 observações), 31 de dezembro de 2019 (50382 observações) e 31 de julho de 2020 (49112 observações). Para analisar o perfil dos utentes usamos a regressão logística múltipla. Resultados: O número de utentes à espera há mais de 12 meses aumentou, em termos absolutos e proporcionais, em 2019 e sobretudo em 2020. A chance de esperar por mais de um ano é maior para os mais novos, prioridade normal, cirurgia convencional, Oftalmologia e num dos hospitais considerados. Aquela chance é muito inferior na presença de indicador oncológico e não há diferenças por sexo. Conclusões: O objetivo de reduzir já em 2019 o número de utentes à espera há mais de 12 meses parece ter sido demasiado ambicioso e ficou ainda mais comprometido com a pandemia.

Palavras-chave: Lista de espera, Procedimentos cirúrgicos eletivos, Regressão logística, COVID-19, Portugal

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