Associações de pais e participação coletiva: oportunidade perdida?

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Maria Martins
Teresa Sarmento

Resumo

Da complexidade que caracteriza a educação, em termos de práticas e objetivos, decorre a pluralidade de perceções, sentidos e procedimentos, quer a nível individual, quer coletivo e institucional. Nesse sentido, e como bem sublinha Silva (1994:308) qualquer reflexão sobre a problemática da relação escola-família representará sempre a ponta de um enorme icebergue. Com efeito, para além do que visivelmente as escolas exigem aos pais e que resulta da produção normativa, outros fatores será necessário analisar para uma melhor caracterização desta problemática. Incluem-se nessa lista aspetos ainda pouco estudados, entre os quais se destaca a forma como as famílias se organizam e posicionam face a essa situação e o papel desempenhado pelas Associações de Pais (APs) na construção de soluções que contribuam para um maior e melhor envolvimento das famílias na vida escolar dos seus educandos. Neste artigo damos conta dos resultados de uma parte de um estudo realizado no âmbito da tese de doutoramento3, no que respeita à participação parental através da AP. Os dados, obtidos por aplicação de inquérito por questionário e entrevista a pais/encarregados de educação e professores com funções de direção de turma, revelam uma perceção muito positiva sobre a importância destas associações, deixando igualmente clara a preocupação dos inquiridos relativamente às dificuldades de funcionamento das mesmas e à oportunidade (perdida!?) que tal representa em termos de construção de uma participação parental coletiva e, consequentemente, mais eficaz do ponto de vista do seu contributo na construção de soluções positivas para a edificação da relação escola-família-comunidade e a melhoria da sua ação coeducativa.

Palavras-chave: Associativismo de Pais, Participação coletiva, Cidadania

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Referências

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