A qualidade de vida da pessoa com deficiência visual

Main Article Content

Olivete Oliveira
Célia Ribeiro
https://orcid.org/0000-0002-1000-6890
Cristina Simões

Resumo

Atualmente vivemos numa sociedade com predominante apelo ao uso da visão. A visão é um elemento extremamente determinante na relação com os objetos, com o espaço e, naturalmente, com os outros. Na sua ausência ou perante uma grande perturbação, uma afetação negativa na capacidade visual de uma pessoa, que não se consegue melhorar, mesmo com correção ótica e recurso a meios convencionais, estamos na presença de uma deficiência visual (DV). Sabendo-se que a DV é uma problemática que limita a vida das pessoas, a mesma pode afetar a sua qualidade de vida (QV). A QV é um conceito que tem vindo a ser alvo de interesse no âmbito de várias áreas do saber, sendo que a sua definição varia de acordo com as mesmas, não existindo uma definição única e generalizável. Contudo, pode-se afirmar que a QV é um conceito multidimensional e hierárquico, que inclui medidas subjetivas e objetivas. Este constructo tem assumido um papel muito importante nos cuidados de saúde, nos serviços sociais, nas famílias e naturalmente na área da Educação/Educação Especial, bem como para o desenvolvimento de políticas nacionais e internacionais destinadas às pessoas com deficiência e na avaliação dos resultados pessoais

Palavras-chave: Deficiência visual, Baixa visão, Cegueira, Qualidade de vida

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alonso, J., Prieto, L., Ruigómez, A., & Antó J. (1993). Medida de la calidad de vida y de la salud percibida en una muestra de ciegos de Barcelona. Barcelona: Instituto Municipal d´Investigación Medica.

Birren, J., & Dieckman, L. (1991). Concepts and content of quality of life in the later years: An overview. In J. Birren, J. Rowe, J. Lubben, & D. Deutchman (Eds.), Quality of life in the frail elderly (pp. 344-360). New York: Academic Press. https://doi.org/10.1016/b978-0-12-101275-5.50021-1

Bittencourt, Z., & Hoehne, E. (2006). Qualidade de vida de deficientes visuais. Revista Medicina, 39(2), 260-264. https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v39i2p260-264

Brown, I., Brown, R., Cummins, R., Felce, D., Matikka, L., Keith, K., Parmenter, T., & Schalock, R. (2000). Quality of life: Its conceptualization, measurement, and application. Hastings, Nebraska: International Association for the Scientific Study of Intellectual Disabilities.

Brown, I., Schalock, R., & Brown, R. (2009). Quality of life: Its application to persons with intellectual disabilities and their families: Introduction and overview. Journal of Policy and Practice in Intellectual Disabilities, 6(1), 2-6. https://doi.org/10.1111/j.1741-1130.2008.00202.x

Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (2007). Modelização das políticas e das práticas de inclusão social das pessoas com deficiência em Portugal. Vila Nova de Gaia: Centro de Reabilitação Profissional de Gaia e Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.

Claes, C., Van Hove, G., Van Loon, J., Vandevelde, S., & Schalock, R. (2010). Quality of life measurement in the field of intellectual disabilities: Eight principles for assessing quality of life-related personal outcomes. Social Indicators Research, 98, 61-72. https://doi.org/10.1007/s11205-009-9517-7

Cummins, R. (2005). Moving from the quality of life concept to a theory. Journal of Intellectual Disability Research, 49, 699-706. https://doi.org/10.1111/j.1365-2788.2005.00738.x

Dantas, R., Sawada, N., & Malerbo, M. (2003). Pesquisas sobre qualidade de vida: Revisão da produção científica das universidades públicas do estado de São Paulo. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 11(4), 532-538. https://doi.org/10.1590/s0104-11692003000400017

Davis, C., Lovie-Kitchin, J., & Thompson, B. (1995). Psychosocial adjustment to age related macular degeneration. Journal of Visual Impairment and Blindness, 89, 16-27.

DeLaGarza, D., & Erin, J. (1993). Employment status and quality of life of graduates of a state residential school. Journal of Visual Impairment and Blindness, 87, 229-233.

Dias, J., & Santos, S. (2006). Comportamento adaptativo e qualidade de vida: Emprego protegido na deficiência mental. Revista de Educação Especial e Reabilitação, 13, 47-58.

Ellwein, L. (2001). Quality-of-life outcome measures. In R. Massof & L. Lidoff (Eds.), Issues in low vision rehabilitation, service delivery, policy, and funding (pp. 143-158). New York: American Foundation for the Blind Press.

Farquhar, M. (1995). Definitions of quality of life: A taxonomy. Journal of Advanced Nursing, 22(3), 502-508. https://doi.org/10.1046/j.1365-2648.1995.22030502.x

Ferguson, B., Buxton, M., & Ferris, F. (1990). Measuring and valuating health states relating to visual impairment: A review of literature, concepts, and methods. In M. Drummond (Ed.). Measuring the quality of life of people with visual impairment: Proceedings of a workshop (pp. 69-82). United States: Department of Health and Human Services.

Gaspar, T., & Matos, M. (2008). Qualidade de vida em crianças e adolescentes: Versão portuguesa dos instrumentos Kidscreen 52. Cruz Quebrada: Aventura Social e Saúde.

Giangreco, M., Cloninger, C., Mueller, P., Yuan, S., & Ashworth, S. (1991). Perspectives of parents whose children have dual sensory impairments. The Journal of the Association for Persons with Severe Handicaps, 16, 14-24. https://doi.org/10.1177/154079699101600103

Gill, T., & Feinstein, A. (1994). A critical appraisal of the quality of quality-of-life measurements. Journal of the American Medical Association, 272(8), 619-626. https://doi.org/10.1001/jama.272.8.619

Goode, D. (1994). Quality of life of persons with disabilities: International perspectives and issues. Cambridge: Brookline.

Guggenmoos-Holzmann, I., Bloomfield, K., Brenner, H., & Flick, U. (1995). Quality of life and health: Concepts, methods and applications. Berlin: Blackwell-Wissenschafts.

Hebert, R., Brayne, C., & Spiegelhalter, D. (1997). Incidence of functional decline and improvement in a community-dwelling, very elderly population. American Journal of Epidemiology, 145, 935-944. https://doi.org/10.1093/oxfordjournals.aje.a009053

Hegarty, S. (1994). Integration and the teacher. In C. Meyer, S. Pijl, & S. Hegarty (Eds.), New perspectives in special education: A six country study of integration (pp. 125-131). London: New York Routledge.

Holbrook, E., Caputo, J., Perry, T., Fuller, D., & Morgan, D. (2009). Physical activity, body composition, and perceived quality of life of adults with visual impairments. Journal of Visual Impairment and Blindness, 103(1), 17-29. https://doi.org/10.1177/0145482x0910300104

Keith, K., & Schalock, R. (2000). Cross-cultural perspectives on quality of life. Washington, DC: American Association on Mental Retardation.

Langelaan, M., de Boer, M., Van Nispen, R., Wouters, B., Moll, A., Van Rens, G., et al. (2007). Impact of visual impairment on quality of life: A comparison with quality of life in the general population and with other chronic conditions. Ophthalmic Epidemiology, 14(3), 119-126. https://doi.org/10.1080/09286580601139212

Leal, C. (2008). Reavaliar o conceito de qualidade de vida. Açores: Universidade dos Açores.

Legge, G. (1990). How visual impairment affects quality of life. In M. Drummond (Ed.), Measuring the quality of life of people with visual impairment: Proceedings of a workshop (pp. 17-22). United States: Department of Health and Human Services.

Leveille, S., Penninx, B., Melzer, D., Izmirlian, G., & Gurainik, J. (2000). Sex differences in the prevalence of morbidity disability in old age: The dynamics of incidence, recovery, and mortality. Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, 55, 41-50.

Mangione, C., Berry, S., Spritzer, K., Janz, N., Klein, R., Owsley, C., & Lee, P. (1998). Identifying the content area for the 51-item National Eye Institute Visual Function Questionnaire: Results from focus groups with visually impaired persons. Archives of Ophthalmology, 116(2), 227-233. https://doi.org/10.1001/archopht.116.2.227

Mangione, C., Phillips, R., Seddon, J., Lawrence, M., Cook, E., Dailey, R., & Goldman, L. (1992). Development of the activities of daily vision scale: A measure of visual functional status. Medical Care, 30(12), 1111-1126. https://doi.org/10.1097/00005650-199212000-00004

Meereis, E., Lemos, L., Pranke, G., Alves, R., Teixeira, C., & Mota, C. (2011). Deficiência visual: Uma revisão focada no equilíbrio postural, desenvolvimento psicomotor e intervenções. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 19(1), 108-113. https://doi.org/10.18511/rbcm.v19i1.1377

Messa, A., Nakanami, C., & Lopes, M. (2012). Qualidade de vida de crianças com deficiência visual atendidas em ambulatório de estimulação visual precoce. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 75(4), 239-242. https://doi.org/10.1590/S0004-27492012000400003

Moreno, B., & Ximénez, C. (1996). Evaluación de la calidad de vida. In G. Buela-Casal, V. Caballo, & J. Sierra (Eds.), Manual de evaluación en psicología clínica y de la salud (pp. 1045-1065). Madrid: Siglo XXI.

Murtagh, K., & Hubert, H. (2004). Gender differences in physical disability among an elderly cohort. American Journal of Public Health, 94, 1406-1411. https://doi.org/10.2105/ajph.94.8.1406

Organização Mundial da Saúde (1994). WHOQOL Group. Development of the WHOQOL: Rationale and current status. Intellectual Journal of Mental Health, 23, 24-56. https://doi.org/10.1080/00207411.1994.11449286

Organização Mundial da Saúde (1995). WHOQOL Group. The World Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL): Position paper from the World Health Organization. Social Science & Medicine, 41, 1403-1409. https://doi.org/10.1016/0277-9536(95)00112-k

Organização Mundial da Saúde (1998). WHOQOL Group. The World Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL): Development and general psychometric properties. Social Science & Medicine, 46, 1569-1585. https://doi.org/10.1016/s0277-9536(98)00009-4

Pereira, É., Teixeira, C., & Santos, A. (2012). Qualidade de vida: Abordagens, conceitos e avaliação. Revista Brasileira de Educação Física e Desporto, 2, 241-250. https://doi.org/10.1590/s1807-55092012000200007

Phillips, D. (2006). Quality of life: Concept, policy and practice. London: Routledge.

Piteira, A. (2000). Percepções de qualidade de vida de jovens com necessidades especiais (Dissertação de mestrado não publicada). Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa.

Raphael, D. (1996). Eleven debates concerning its measurement. In R. Renwick & M. Nagler (Eds.), Quality of life in health promotion and rehabilitation: Conceptual approaches, issues and applications (pp. 146-165). Thousand Oaks, C A: SAge.

Raphael, D., Brown, I., & Renwick, R. (1996). Studying the life’s of persons with developmental disabilities: Methodological lessons from the quality of life project. Toronto: Quality of Life Research Unit/Centre for Health Promotion.

Rapley, M. (2003). Quality of life research: A critical introduction. London: Sage Publications.

Renwick, R., & Brown, I. (1996). The center for health promotion’s conceptual approach to quality of life. In R. Renwick, I. Brown, & M. Nagler (Eds.), Quality of life in health promotion and rehabilitation: Conceptual approaches, issues and applications (pp. 75-86). Thousand Oaks: Sage.

Ribeiro, J. (1994). A importância da qualidade de vida para a psicologia da saúde. Análise Psicológica, 2(3), 179-191.

Ribeiro, J. (1997). A promoção da saúde e da qualidade de vida em pessoas com doenças crónicas. In J. Ribeiro (Ed.), Actas do 2.º congresso nacional de psicologia da saúde (pp. 253-282). Braga: Instituto Superior de Psicologia Aplicada.

Rosser, R. (1997). A health index and output measure. In S. Stewart & R. Rosser (Eds.) Quality of life: Assessment and application (pp. 79-98). Lancaster: MTP.

Ruta, D., Garratt, A., & Leng, M. (1994). A new approach to the measurement of quality of life: The patient-generated Index. Medical Care, 32(11), 1109-1126. https://doi.org/10.1097/00005650-199411000-00004

Schalock, R. (1996). Reconsidering the conceptualization and measurement of quality of life. In R. Schalock (Ed.), Quality of life: Conceptualization and measurement (pp. 123-139). Washington, DC: American Association on Mental Retardation.

Schalock, R. (2004). Quality of life from a motivational perspective. International Review of Research in Mental Retardation, 28, 303-319. https://doi.org/10.1016/s0074-7750(04)28009-0

Schalock, R., & Verdugo, M. (2002). Handbook on quality of life for human services practitioners. Washington, DC: American Association on Mental Retardation.

Schalock, R., Brown, I., Brown, R., Cummins, R., Felce, D., Matikka, L., et al. (2002). Conceptualization, measurement, and application of quality of life for persons with intellectual disabilities: Report of an international panel of experts. Mental Retardation, 40, 457-470. https://doi.org/10.1352/0047-6765(2002)040<0457:cmaaoq>2.0.co;2

Schalock, R., Gardner, J., & Bradley, V. (2007). Quality of life across individuals, organizations, systems, and the community. Washington, DC: American Association on Intellectual and Developmental Disabilities.

Seidl, E., & Zannon, C. (2004). Qualidade de vida e saúde: Aspectos conceituais e metodológicos. Caderno de Saúde Pública, 20(2), 580-588. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2004000200027

Serra, A., Canavarro, M., Simões, M., Pereira, M., Gameiro, S., Quartilho, M., et al. (2006). Estudos psicométricos do instrumento de avaliação da qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-Bref) para português de Portugal. Psiquiatria Clínica, 27, 41-49.

Shin, D., & Johnson, D. (1978). Avowed happiness as an overall assessment of the quality of life. Social and Indicators Research, 5, 475-492. https://doi.org/10.1007/bf00352944

Skevington, S., Lotfy, M., & O’Connell, K. (2004). The World Health Organization’s WHOQLBREF quality of life assessment: Psychometric properties and results of the international field trial. Quality of Life Research, 13, 299-310. https://doi.org/10.1023/b:qure.0000018486.91360.00

Sloane, M., Ball, K., Owsley, C., Bruni, J., & Roenker, D. (1992). The visual activities questionnaire: Developing an instrument for assessing problems in everyday visual tasks. Technical Digest Series of the Optical Society of America, 1, 26-29.

Steinberg, E., Tielsch, J., Schein, O., Javitt, J., Sharkey, P., Cassard, S., & Sommer, A. (1994). The VF-14: An index of functional impairment in patients with cataract. Archives of Ophthalmology, 112(5), 630-638. https://doi.org/10.1001/archopht.1994.01090170074026

Veiga, C., Silva, C., Domingues, I., Saragoça, J., & Fernandes, L. (2014). Inclusão profissional e qualidade de vida. Vila Nova de Famalicão: FORMEM.

Verdugo, M., Caballo, C., Peláez, A., & Prieto, G. (2000). Calidad de vida en personas con deficiencia visual: Informe final de investigación. Salamanca: Instituto Universitario de Integración en la Comunidad, Universidad de Salamanca.

Verdugo, M., Schalock, R., Keith, K., & Stancliffe, R. (2005). Quality of life and its measurement: Important principles and guidelines. Journal of Intellectual Disability Research, 49(10), 707-717. https://doi.org/10.1111/j.1365-2788.2005.00739.x

Wray, L., & Blaum, C. (2001). Explaining the role of sex on disability: A population based study. The Gerontologist, 41, 499-510. https://doi.org/10.1093/geront/41.4.499