A gestão de conflitos nas organizações: conceptualização e diferenças de género
Main Article Content
Resumo
A forma de perspetivar o conflito tem sofrido significativas alterações com implicações para as organizações, constituindo-se estas em verdadeiras arenas para a sua formação. Por um lado, surge a visão tradicional, onde o conflito era sinónimo de violência, destruição e irracionalidade e, por outro lado, a visão emergente, onde o conflito é sinónimo de produtividade, ao fomentar a criatividade e a inovação. A comunicação surge como causa e solução, em simultâneo, devendo ser instigadas estratégicas ajustadas à natureza e à situação de conflito, baseadas na cooperação entre as partes, naturalmente distintas. Através de uma revisão bibliográfica, objetivou-se refletir o “estado da arte” no âmbito da gestão de conflitos nas organizações, dando ênfase às diferenças de género. Os resultados não evidenciaram um estilo estritamente associado ao género masculino ou ao feminino; contudo, reconhece-se a utilização de uma estratégia de negociação e menos de confrontação pelas mulheres, em oposição aos homens. Identifica-se escassa investigação empírica em Portugal neste domínio, podendo este estudo contribuir no seu progresso, ao estabelecer bases teóricas que a sustentem.
Downloads
Referências
Alves, A. C., Miranda, F., Pinto, J., Santos, L., Matos, V., & Magalhães, J. (2012). A importância do conflito organizacional: identificação estratégias e modelos. PSIQUE, 8, 113–137.
Bem, S. L. (2008). The lenses of gender: transforming the debate on sexual inequality. New Haven, CT, US: Yale University Press. Disponível em: https://books.google.pt/books?id=3pTX1VIAwS0C&dq=The+lenses+of+gender:+Transforming+the+debate+on+sexual+inequality.&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwj5i76Nr5ncAhWMwBQKHSb-AHUQ6AEIKzAA
Blake, R. R., & Mouton, J. S. (1981). Management by Grid ® Principles or Situationalism: Which? Group & Organization Studies, 6(4), 439–455. https://doi.org/10.1177/105960118100600404
Bonaldo, S. A., Lana, R. D., Muller, F. M., & Paines, P. A. (2016). As organizações como fonte de conflitos de poder. Revista Da Administração UFSM, Santa Maria, 9(3), 506–519.
Brahnam, S. D., Margavio, T. M., Hignite, M. A., Barrier, T. B., & Chin, J. M. (2005). A gender-based categorization for conflict resolution. Journal of Management Development, 24(3), 197–208. https://doi.org/10.1108/02621710510584026
Brewer, N., Mitchell, P., & Weber, N. (2002). Gender role, organizational status, and conflict management styles. International Journal of Conflict Management, 13(1), 78–94. https://doi.org/10.1108/eb022868
Caetano, A., & Vala, J. (2007). Gestão de recursos humanos (3a). Lisboa: Editora RH.
Chanin, M. N., & Schneer, J. A. (1984). A study of the relationship between jungian personality dimensions and conflict-handling behavior. Human Relations, 37(10), 863–879. https://doi.org/10.1177/001872678403701006
Chusmir, L. H., & Mills, J. (1989). Gender differences in conflict resolution styles of managers: at work and at home. Sex Roles, 20(3–4), 149–163. https://doi.org/10.1007/bf00287988
Cunha, P. (2008). A diversidade de práticas na relação entre género, conflito e negociação. Revista Faculdade de Ciências Humanas e Socias da UFP, 5, 266–279. Disponível em: http://hdl.handle.net/10284/898
Cunha, P., & Leitão, S. (2016). Manual de gestão construtiva de conflitos (3a Ed). Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa.
Deutsch, M. (1969). Conflicts: Productive and Destructive. Journal of Social Issues, 25(1), 7–41.
Deutsch, M. (1990). Sixty years of conflit. International Journal of Conflict Management, 1(3), 237–263.
Deutsch, M. (1994). Constructive Conflict Resolution: Principles, Training, and Research. Journal of Social Issues, 50(1), 13–32. https://doi.org/10.1111/j.1540-4560.1994.tb02395.x
Dimas, I. D., Lourenço, P. R., & Miguez, J. (2005). Conflitos e desenvolvimento nos grupos e equipas de trabalho - uma abordagem integrada. Psychologica, 38, 103–119.
Fatile, J. O., & Adejuwon, K. D. (2011). Conflict and conflict management in tertiary Institutions: the case of nigerian universities. European Journal of Humanities and Social Sciences, 7(1).
Ferreira, I. A., Martinez, L. F., Nunes, F. G., & Duarte, H. (2015). Gestão de recursos humanos para gestores (1a). Lisboa: Editora RH.
Ferreira, J. M. C., Neves, J., & Caetano, A. (2011). Manual de psicosociologia das organizações. Lisboa: Escolar Editora.
Gilligan, C. (1982). In a different voice: psichological theory and women’s development. Consultado a 12-07-2018 em: https://books.google.pt/books?id=OujZ0iSyNWgC&printsec=frontcover&dq=In+a+different+voice&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwi91tKh2JfcAhWEbxQKHdNVDKAQ6AEIKDAA#v=onepage&q&f=false
Herk, N. A., Thompson, R. C., Thomas, K. W., & Kilmann, R. H. (2011). International Technical Brief for the Thomas-Kilmann conflict mode instrument. CPP, Inc. Disponível em: http://www.kilmanndiagnostics.com/sites/default/kilmann-private-10020393424lksdjfksdjfl093u/TKI_International_Brief.pdf
Holt, J. L., & DeVore, C. J. (2005). Culture, gender, organizational role, and styles of conflict resolution: A meta-analysis. International Journal of Intercultural Relations, 29(2), 165–196. https://doi.org/10.1016/j.ijintrel.2005.06.002
John, R. D., & Christine, E. F. (1999). Conflict management across cultural boundaries: a case analysis from a multinational bank. European Business Review, 99(6), 383. https://doi.org/10.1108/09555349910300665
Kaseh, O. F. El. (2014). Gender effect on the styles of managing interpersonal conflicts: an exploratory study on the academic staff of Sirte University. Journal of Basic and Applied Scientific Research, 4(5), 191–203.
Kuhnen, T. A. (2014). A ética do cuidado como teoria feminista. Anais do III Simpósio Género e Políticas Públicas, (2004), 1–9. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/GT10_Tânia Aparecida Kuhnen.pdf
Lima, N. M. (2014). Gestão de conflitos nos jogos de empresas. Revista LAGOS - UFF, 2(2), 58–72.
Ma, L., Yang, B., Wang, X., & Li, Y. (2017). On the dimensionality of intragroup conflict: An exploratory study of conflict and its relationship with group innovation performance. International Journal of Conflict Management, 28(5), 538–562. https://doi.org/10.1108/ijcma-07-2016-0061
Maccoby, E. E., & Jacklin, C. N. (1974). The psychology of sex differences. California: Stanford University Press. Disponível em: https://books.google.pt/books?id=6hzsWwz1aLAC&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q=aggressive&f=false
Mcintyre, S. E. (2007). Como as pessoas gerem o conflito nas organizações : Estratégias individuais negociais. Análise Psicológica, 2 (XXV), 295–305. https://doi.org/10.14417/ap.447
Milenkovska, V., Markovska, M., & Nikolovski, L. (2017). Promotion : Women Leadership and Alternative Methods for Resolving Business Conflicts and Changes in the organization. UTMS Journal of Economics, 8(2), 183–194.
Monroe, C., Disalvo, V. S., Lewis, J. J., & Borzi, G. (1990). Conflict behaviors of difficult subordinates : Interactive effects of gender. Southerm Communication Journal, 56(1), 12–23. https://doi.org/10.1080/10417949009372812
Monteiro, A. P. (2010). Eficácia negocial e caraterísticas pessoais dos negociadores. Tese de doutoramento. Universidade de Santiago de Compostela. Disponível em: http://hdl.handle.net/10347/3007
Neves, J. G., Garrido, M. V., & Simões, E. (2015). Manual de competências pessoais, interpessoais e instrumentais (3a Ed). Lisboa: Edições Sílabo.
Rahim, A., & Bonoma, T. V. (1979). Managing organizational conflict: a model for diagnosis and intervention. Psychological Reports, 44(3c), 1323–1344. https://doi.org/10.2466/pr0.1979.44.3c.1323
Rahim, M. A. (1983). A measure of styles of handling interpersonal conflict. Academy of Management Journal, 26(2), 368–376. https://doi.org/10.5465/255985
Rahim, M. A. (2002). Toward a theory of managing organizational conflict. The International Journal of Conflict Management, 13(3), 206–235. https://doi.org/10.1108/eb022874
Rego, A. (1997). Liderança nas organizações: teoria e prática (1a Ed). Aveiro: Universidade de Aveiro.
Reis, F. L. dos R., & Silva, M. J. R. (2012). Princípios de Gestão (1a Ed). Lisboa: Edições Sílabo, Lda.
Santos, L. carvalho dos, & Abella, N. T. T. (2017). Gestão de conflitos organizacional. Revista Multidebates, 1(2), 219–225.
Slabbert, A. D. (2004). Conflict management styles in traditional organisations. Social Science Journal, 41(1), 83–92. https://doi.org/10.1016/j.soscij.2003.10.007
Sutschek, L. B. (2002). Conflict resolution style and experience in management: moderating the effects of gender. V UW-La Crosse JUR, 5, 69–78. Disponível em: http://murphylibrary.uwlax.edu/digital/jur/2002/sutschek.pdf
Thomas, K. W. (1988). The conflict-handling modes: toward more theory. Management Communication Quarterly, 1(3), 430–436. https://doi.org/10.1177/0893318988001003009
Thomas, K. W., Thomas, G. F., & Schaubhut, N. (2008). Conflict styles of men and women at six organization levels. International Journal of Conflict Management, 19(2), 148–166.
Torres, S. C. (2012). Estilos de gestão construtiva de conflitos numa organização empresarial. Universidade Fernando Pessoa. Faculdade de Ciências humanas e sociais. Porto. https://doi.org/10.1108/10444060810856085
Van de Vliert, E., & Euwema, M. C. (1994). Agreeableness and Activeness as Components of Conflict Behaviors. Journal of Personality and Social Psychology, 66(4), 674–687. https://doi.org/10.1037//0022-3514.66.4.674
Van de Vliert, E., & Kabanoff, B. (1990). Toward Theory-Based Measures of Conflict Management. Academy of Management Journal, 33(1), 199–209. https://doi.org/10.5465/256359
Wall, J. A., & Callister, R. R. (1995). Conflict and Its Management. Journal of Management, 21(3), 515–558.
Walters, A. E., Stuhlmacher, A. F., & Meyer, L. L. (1998). Gender and negotiator competitiveness : a meta-analysis. Organizational Behavior and Human Decision Processes, 76(1), 1–29. https://doi.org/10.1006/obhd.1998.2797