Capacitação do cuidador informal: o papel dos enfermeiros no processo de gestão da doença
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Resumo
As alterações sociodemográficas atuais e o aumento crescente do número de pessoas dependentes no domicílio, implicam mudanças nas políticas de saúde, onde os Cuidadores Informais (CI) assumem um importante papel como aliados da equipa de saúde. Os enfermeiros são elementos fulcrais na capacitação dos CI para o exercício dessa função. Objetivo: Identificar intervenções dos enfermeiros em contexto domiciliário por forma a capacitar a Pessoa e os Cuidadores Informais no processo de gestão da doença. Metodologia: Utilizou-se uma revisão integrativa da literatura recorrendo à metodologia PICO (Population, Intervention/Issue Of Interest, Comparison Intervention Or Comparison Group, Outcome. Após estabelecimento de critérios de inclusão, de exclusão e análise dos investigadores, foram selecionados seis estudos primários pesquisados através dos motores de busca: PubMed; The Cochrane Library; PEDro e Repositórios Institucionais. Utilizaram-se diferentes combinações com os descritores rehabilitation; home care; nurse; caregivers, que foram combinadas recorrendo às expressões booleanas AND e OR, nos idiomas portugueses e inglês. Resultados: As intervenções dos enfermeiros junto dos CI centram-se sobretudo: na capacitação da pessoa e do cuidador para a realização das atividades da vida diárias, na identificação de barreiras arquitetónicas e nas propostas de eliminação das mesmas, na manutenção de um ambiente seguro e na monitorização da condição da pessoa com limitações. Conclusão: Há evidências de que as intervenções dos enfermeiros contribuem para uma melhor efetividade na capacitação da pessoa/cuidador informal no processo de autogestão da doença, com melhoria da autonomia da pessoa e consequentes ganhos em saúde.
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