As filhas da Sé - um olhar sobre as práticas de identidade cultural de um grupo de mulheres ex-residentes da Sé do Porto

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Ivaneide Mendes
Paula Braga
Raquel Dias

Resumo

O Centro Histórico do Porto (CHP) sofreu na década de 60 um processo migratório de massa que resultou num aumento exponencial da densidade populacional, com graves problemas no campo da habitação, tais como degradação, insalubridade e sobrelotação. Nas décadas seguintes, este quadro agravou-se levando a que muitas famílias das classes populares fossem realojadas em bairros sociais. O trabalho que aqui se apresenta foi desenvolvido com um grupo de mulheres ex-residentes no CHP, precisamente na zona da Sé, que sofreram este processo de realojamento, mas que mantêm uma forte ligação a essa zona, sendo as suas práticas sociais alimentadas neste local, apesar de já não viverem lá há mais de dez anos. A fim de compreender esta ligação àquele território, que ultrapassa a esfera física e ganha uma dimensão simbólica (o habitus), tentou-se aqui identificar as práticas de produção de identidade cultural construídas a partir das relações sociais destas mulheres. Com base nos seus testemunhos, foi possível analisar os laços de solidariedade, o orgulho e o amor que sentem por este território, a participação em associações locais ou outros centros de convívio local, a participação nas festas populares e comunitárias e a participação nas redes sociais.

Palavras-chave: Identidade cultural, Relações sociais, Habitus, Participação

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