Família, tédio e violência escolar: vozes adolescentes

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Diogo Acioli Lima
Candido Alberto Gomes

Resumo

Esta pesquisa de campo aborda a dinâmica de uma escola de adolescentes, localizada na periferia de Brasília, Brasil, cujo pano de fundo era o tráfico de drogas e armas. Verificaram-se as relações entre os três vértices do triângulo: recomposição familiar, falta de significado do currículo, com o consequente tédio, e violência no estabelecimento. O trabalho, de feições etnográficas, se estendeu por mais de um ano, usando como técnicas entrevistas semiestruturadas, grupos focais, observação, análise documental e levantamento por questionário. Os resultados mostram que o currículo servia com frequência ao divisor entre bem-sucedidos e fracassados. Adolescentes em busca de protagonismo, autonomia e formação da identidade precisavam adaptar-se a uma escolarização passiva. Grande parte deles, já no início das aulas, não entendia o que era explicado. O tédio marcava o cenário, preenchido por atos violentos e brincadeiras de mau gosto. Cerca de metade dos discentes vinha de famílias recompostas, contudo, o cotejo mostrou que em si a violência não provém dessa condição. O pouco tempo de convivência com os pais trabalhadores e as agressões intrafamiliares geravam a violência. A direção adotou projetos e atividades que revertessem este quadro durante o ano, com relativo sucesso.

Palavras-chave: Adolescência, Violência escolar, Família

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